Em 2020 foram investidos R$ 124 bilhões dos recursos da poupança para financiar imóveis novos ou usados, uma alta de 57% ante a 2019.
Após bater o recorde no ano que se passou, o financiamento imobiliário tem a perspectiva de continuar crescendo em 2021, mesmo sem a economia se recuperar e com uma forte possibilidade de alta nos juros.
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A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) prevê uma alta de 27% na disponibilização de crédito para imóveis este ano.
A vontade de adquirir imóveis cresceu em famílias, mesmo com a pandemia. Este novo passo ficou facilitado com os juros caindo expressivamente e houve a criação de novas formas de financiamento, que ampliam o acesso ao crédito.
A presidente da Abecip, Cristiane Portela, projeta que a expansão se justifica principalmente pela queda do preço a reboque da taxa básica de juros (Selic), que se encontra hoje no patamar mais baixo, 2% ao ano.
Até mesmo com a expectativa dos economistas que projetam que o Banco Central volte a subir a Selic este ano por conta da inflação e da recuperação econômica, Cristiane Portela acredita que os financiamentos continuarão atraentes e elevarão o mercado imobiliário.
Mudança comportamental na crise da pandemia
A mudança comportamental das famílias que começaram a ficar mais tempo em casa faz com que a busca por imóveis seja maior; afinal muitas pessoas querem ter um escritório para home office e uma área de lazer infantil.
A diversidade proporcionou a criação de linhas de crédito com um custo financeiro mais baixo, o que causou aumento ao acesso daqueles que conseguiram manter o emprego, renda e a possibilidade de poupança no momento pandêmico.
Contudo, aumentou o planejamento e a procura por informação, para que consiga estipular a melhor via para cada perfil de renda, situação familiar ou estratégia e para aqueles que querem comprar um imóvel como forma de investimento.
Novas formas de corretagem de imóveis
Antes o comprador tinha apenas o financiamento com juros fixo mais a Taxa Referencial (TR) com opção de amortização SAC ou Price. Agora as instituições financeiras disponibilizam opções que partem de taxas pré-fixadas até às linhas indexadas à inflação mensurada pelo IPCA, ou até o rendimento da poupança, que proporciona mais riscos.
As principais bases de correção de contrato financeiro atualmente se dividem em quatro principais bases. Uma das mais tradicionais é a que utiliza taxa fixa com ou sem correção pela TR, que se encontra hoje zerada.
O bom é que as prestações não sofrem quase nenhuma alteração, mas os juros são mais altos: 8% normalmente.
As outras modalidades que existem possuem taxas mais baixas e correções com índices flutuantes, o que propicia um ambiente mais arriscado em longos financiamentos.
Aquela que corrige a dívida através da inflação possui taxas a partir de 2,95% mais o IPCA que constava 4,52% em 2020.
A forma mais nova é a que possui correção atrelada ao rendimento da caderneta de poupança. A taxa para o cliente começa com 3,99% mais a variação da poupança.
Luiz Antonio França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, assente que as linhas com juros mais TR são as mais seguras para uma dívida a longo prazo, mesmo que tenham prestações maiores.
Mais agilidade e menos burocracia na concessão de crédito
As construtoras oferecem também financiamento direto fora do arsenal de bancos comuns e têm utilizado cooperativas, fintechs ou até mesmo processos internos.
Ante as exigências e o tempo demasiado longo na concessão de crédito bancário, as construtoras têm aumentado o leque de opções de financiamento direto, a fim de facilitar as vendas de lançamentos.
No foco, estão clientes de renda alta ou investidores, ou seja, pessoas que podem dar uma entrada maior e precisam de financiamento de curto prazo.
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Imagem: fizkes / Shutterstock.com