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4 fatores que podem prejudicar a economia em 2022

A aceleração da inflação obriga o BC a ser mais duro na alta dos juros e esfriar a economia

Enquanto que a população sofre com os efeitos das altas dos preços do gás, da gasolina, da luz e dos alimentos, o mercado parece estar caindo na real. Diante de todos os problemas que assolam o Brasil, é possível que o país tenha um rápido crescimento da economia. Entretanto, provavelmente não consiga aproveitar todo o potencial do ciclo de commodities, que “bombou” as exportações. Diante disso, confira abaixo, 4 fatores que podem prejudicar a economia. 

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4 fatores que podem prejudicar a economia em 2022

Em suma, a aceleração da inflação obriga o Banco Central (BC) a ser mais duro na alta dos juros e esfriar a economia. E essa atitude traz consequências: compromete o crescimento do PIB em 2022. Além disso, o cenário internacional também ficou menos favorecido. A crise política também aumenta o risco de populismo eleitoral do presidente Jair Bolsonaro para recuperar a popularidade e se reeleger em 2022. 

De acordo com o presidente do Insper, Marcos Lisboa, “Podemos ter um momento melhor no curto prazo, um ano um pouco melhor. Mas a perspectiva é de um País medíocre”. Lisboa está preocupado com a economia e a tramitação de 2 projetos no Congresso. O 1º é a reforma do Imposto de Renda. O outro é a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de parcelamentos do precatórios. 

1 – O desafio da inflação e dos juros

De acordo com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), o BC vai controlar o processo de aceleração da inflação, diante da piora dos indicadores do mercado. Na última sexta-feira (20), por exemplo, o dólar chegou a um patamar próximo de R$ 5,50, e fechou em R$ 5,38. 

Segundo Campos Neto, “Temos os instrumentos, podemos fazer o trabalho. Estamos comunicando ao mercado com mais transparência como usamos nossos instrumentos”. Em seu discurso sobre a economia, o presidente do BC disse que vai fazer de tudo para atingir a meta da inflação em 2022. Apesar disso, ele reconhece a dificuldade por conta de um “fiscal descontrolado”.

Bolsonaro esperava uma atividade econômica em recuperação e números melhores para pavimentar o seu caminho à reeleição. Entretanto, esse cenário está cada vez mais longe. Além disso, há ruídos políticos que afirmam que o presidente vai gastar mais para se reeleger. E isso aumenta a volatilidade do mercado, e provoca a alta do dólar, aumentando ainda mais a inflação. 

Como se já não bastasse, a crise hídrica também prejudica a economia. De acordo com Fabio Terra, professor de economia da Universidade Federal do ABC (UFABC), “A crise hidrológica tem um impacto grande sobre a capacidade de expansão do PIB”, diz.

2 – O risco fiscal à vista

Embora prejudique a população, a alta inflação deu um refresco para as contas públicas. Ela aumentou a arrecadação, e reduziu a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, essa melhora fiscal na economia incentivou os gastos no governo Bolsonaro e nos seus aliados do Centrão. Assim, ao invés de melhorar a percepção da política da sustentabilidade das contas públicas, o resultado causou uma confusão que aumentou o risco fiscal. 

Diante do temor que ronda o governo, por conta da baixa popularidade de Bolsonaro, o presidente deve adotar medidas mais populistas para buscar a reeleição. Nas últimas semanas, 2 focos de tensão do lado fiscal contaminam as estimativas e geram alta volatilidade no mercado. São eles: o projeto que muda o Imposto de Renda (IR), e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC). 

As preocupações com o projeto do IR são muitas, dentre elas, a preocupação com a economia e o risco da arrecadação futura. Além disso, a negociação desse projeto envolve custos adicionais, tais como o aumento da parcela de recursos da União. Essa parcela é transferida para as prefeituras via Fundo de Participação dos Municípios. 

Já a PEC dos precatórios divide o mercado. A polêmica está no fato dela retirar as despesas do teto de gastos para não prejudicar o pagamento do novo Bolsa Família. Apenas em 2022, os precatórios chegam a R$ 98 bilhões. E o principal problema é que o presidente já prometeu o benefício para R$ 400. 

De acordo com Leonardo Ribeiro, analista do Senado, “Não há como cumprir o teto de gastos, pagar os precatórios e manter os programas de governo ao mesmo tempo”, explica. “Esse triângulo se assemelha às pedaladas fiscais desenhadas pelo ex-secretário do Tesouro Arno Augustin, do governo Dilma.”

3 – Ruídos políticos e crise institucional

Os ruídos políticos e a crise institucional entre os poderes, têm criado uma tensão, nos últimos dias, diante da pressão do presidente, sobre os ministro do Supremo Tribunal Federal. As ameaças de ruptura institucional também refletem nos problemas da economia. 

Além de trazer o risco de distanciar os investidores, a crise política afeta também o mercado. Além disso, outra preocupação é a antecipação da campanha eleitoral do presidente. É dito isso, pois Bolsonaro busca,  através de medidas do populismo fiscal, a sua reeleição de 2022. Essas medidas dividem o Senado e a Câmara, e podem trazer ainda mais discordância entre as casas, na votação dos projetos. 

O desconforto do presidente diante da inflação, do desemprego e da queda da popularidade do governo é cada vez mais maior. Dessa forma, aumenta também, a pressão sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. De acordo com o economista Gabriel Galípolo, “A tensão política é bastante sentida no mercado e existe um sentimento de que ficou mais provável o cenário negativo do que positivo olhando para o futuro”.

4 – Commodities, China e Fed também são empecilhos

O Brasil é um grande exportador de alimentos e de minérios. Por conta disso, desde o ano passo, o país se favorece com o boom dos preços das commodities (produtos básicos). Isso ocorre à medida que a economia global se recupera, após a pandemia.

Entretanto, agora o Brasil começa a sofrer com os mais diferentes impactos na economia. É dito isso, por conta dos problemas com a inflação, os juros altos e o desemprego persistente. Além disso, a desaceleração da China deixa o Brasil em alerta. Paralelo a isso, a ascensão da variante Delta também reduz o otimismo dos economistas sobre a recuperação da atividade global do mundo.

Com o avanço da variante, o governo chinês está em um processo de retirar os estímulos econômicos. E assim, impacta nos preços de commodities importantes para a atividade da economia no Brasil. De acordo com Fábio Terra, economista da UFABC, “De repente, o que acontece no mundo deu uma virada e temos uma desaceleração da China e uma nebulosidade sobre o que o Banco Central dos Estados Unidos vai fazer na política de juros”.

“Tudo que o Fed [o banco central americano] decide é política monetária [no sentido de controlar a inflação] para eles, mas para a gente é política cambial [afeta o valor do real]”, explica Terra. Por fim, Terra destaca que o mundo está muito preocupado com a variante Delta. “Isso sozinho nos atrapalharia bastante, só que ainda se soma aos problemas internos, como a crise hidrológica”, diz.

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