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Fila do INSS é reduzida em 10%

A fila de pedidos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou uma queda de 9,8% entre março e junho de 2025, segundo dados oficiais. Em números absolutos, o volume de requerimentos caiu de 2,7 milhões para 2,44 milhões no período. Embora a redução represente um avanço, o tempo médio de concessão permanece acima do limite legal de 45 dias, alcançando 51 dias em junho.

A melhora parcial no cenário se deve a uma série de medidas adotadas pelo governo federal e pelo INSS, como mutirões, pagamento de bônus por produtividade, convocação de novos servidores e esforços concentrados em perícias médicas. Ainda assim, a fila total — que inclui revisões, recursos e outros processos — se aproxima dos 4 milhões de pedidos.

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fila inss
Imagem: Rafastockbr / shutterstock.com

Ações emergenciais ajudaram a destravar benefícios parados

De acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, o avanço no combate ao acúmulo de processos foi possível graças ao engajamento dos servidores e à adoção de medidas pontuais. “Conseguimos uma queda de praticamente 10%. Isso só foi possível graças aos mutirões, ao envolvimento dos servidores com trabalho extra e ao esforço concentrado em diversas frentes”, afirmou.

Os mutirões incluíram atendimento especial nos finais de semana, plantões em agências do INSS e reforço no sistema de análise remota. Além disso, servidores administrativos e médicos peritos passaram a receber bônus por produtividade, medida que incentivou o aumento no número de concessões em curto prazo.

Aposentadorias lideram a redução proporcional da fila

Benefícios por incapacidade ainda enfrentam gargalos

Entre os principais tipos de benefício analisados, as aposentadorias foram as que mais avançaram na liberação: queda de 25% no volume de pedidos pendentes desde março, o equivalente a 109 mil processos a menos.

Já os benefícios por incapacidade temporária, que dependem de perícia médica, recuaram 9%, com 123 mil solicitações a menos. O INSS reconhece que esse grupo apresenta maior complexidade por exigir exames, laudos e análise médica individualizada.

O governo também anunciou a convocação de 250 novos médicos peritos e 300 analistas, com previsão de entrada em serviço a partir de agosto. A expectativa é que a chegada desses profissionais reforce o atendimento e acelere ainda mais o ritmo de concessões.

Tempo médio de concessão ainda é um desafio

Junho registrou leve aumento após liberação de processos antigos

O tempo médio de concessão de benefícios caiu ao longo dos últimos meses, mas voltou a subir em junho:

  • Março: 55 dias
  • Abril: 51 dias
  • Maio: 44 dias
  • Junho: 51 dias

Segundo o INSS, a elevação pontual em junho ocorreu devido à liberação de processos antigos que estavam paralisados por falta de documentação ou exigências judiciais. “É um movimento natural quando se destravam processos mais complexos”, afirma nota da autarquia.

Para efeito de cálculo, o órgão desconsidera os períodos em que o processo fica parado por conta do cidadão — quando são solicitados documentos ou complementações que ainda não foram entregues.

Volume de indeferimentos ainda é expressivo

Principais causas estão relacionadas à documentação e critérios não cumpridos

Enquanto 718 mil benefícios foram concedidos em junho, outros 568 mil foram negados. As principais causas de indeferimento incluem:

  • Ausência de comprovação de incapacidade nas perícias médicas, especialmente para o auxílio-doença;
  • Renda familiar superior ao teto permitido para recebimento do BPC (Benefício de Prestação Continuada);
  • Falta de idade ou tempo mínimo de contribuição exigidos para a aposentadoria.

Segundo especialistas, a taxa elevada de indeferimentos indica a necessidade de maior orientação aos segurados na hora do requerimento e também revela falhas na comunicação entre os sistemas de atendimento digital e presencial.

Fila completa do INSS ainda ultrapassa 3,9 milhões

INSS
Imagem: Freepik e Canva

Processos vão além da concessão inicial de benefícios

Apesar da queda na “fila oficial” de concessão inicial, o total de processos em análise no INSS chega a 3,9 milhões, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. Esse número inclui:

  • Revisões de benefícios já concedidos;
  • Recursos administrativos aguardando julgamento;
  • Aplicações de decisões judiciais;
  • Processos do Seguro Defeso (pago a pescadores artesanais);
  • Fluxos internos e manutenção automática de benefícios.

O próprio INSS admite que o volume acumulado é expressivo e que ainda exige ações contínuas para garantir o atendimento dentro dos prazos previstos em lei.

Governo busca modernização e mais agilidade

Meta é humanizar o atendimento e reduzir judicializações

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que os esforços em andamento têm como objetivo tornar o INSS mais ágil, humano e justo. “A partir de agosto, os novos profissionais reforçam o atendimento em todo o país. É um esforço coordenado para reduzir a fila e garantir que quem mais precisa tenha uma resposta em tempo adequado.”

Além da contratação de pessoal, o governo tem trabalhado na digitalização dos serviços, com o objetivo de ampliar o número de concessões automáticas e reduzir a dependência de atendimento presencial.

A meta para o segundo semestre é atingir o prazo médio de concessão de 45 dias — o limite legal estabelecido. Ultrapassar esse período pode gerar juros e ações judiciais contra o INSS.

Conclusão: queda na fila é positiva, mas cenário ainda exige vigilância

A redução de quase 10% na fila do INSS é um indicativo positivo de que as medidas emergenciais adotadas pelo governo começam a dar resultados. No entanto, o alto número de indeferimentos, o tempo médio ainda acima do ideal e a fila paralela que se aproxima de 4 milhões de processos mostram que a Previdência Social continua enfrentando grandes desafios.

Para especialistas, o combate ao acúmulo de processos deve ser uma política permanente, com investimentos constantes em tecnologia, pessoal e qualificação do atendimento. A pressão por mais agilidade e justiça nas análises segue como uma das principais demandas da população brasileira que depende do sistema previdenciário para garantir direitos fundamentais.

Imagem: Divulgação: Gov/INSS