IR isenta 2025: descubra como receber o valor de um salário mínimo

A nova política de isenção do Imposto de Renda (IR) em 2025 promete injetar mais dinheiro no bolso dos brasileiros. Com a ampliação da faixa de isenção para rendimentos mensais de até R$ 5 mil, milhões de trabalhadores deixarão de pagar o tributo. Segundo especialistas, a mudança equivale a um salário extra ao longo do ano, funcionando, na prática, como um “décimo quarto salário” para quem se enquadra nas novas regras.

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A medida, parte da reforma do Imposto de Renda aprovada pela Câmara dos Deputados e ainda em análise no Senado, é considerada uma das maiores atualizações no sistema tributário das últimas décadas. O impacto econômico é direto: aumento da renda disponível, estímulo ao consumo e alívio para famílias de baixa e média renda.

O economista Daniel Teles destacou que o benefício alcançará entre 60 e 80 milhões de brasileiros, o que representa uma parcela expressiva da população economicamente ativa. “Estamos falando de uma camada significativa da população que passa a ter mais dinheiro no bolso ao final do mês”, explicou.

O que muda com a nova isenção do IR em 2025

Até 2024, o limite de isenção do Imposto de Renda estava em R$ 2.824 por mês, o que significava que qualquer trabalhador com rendimento acima desse valor era obrigado a declarar e, em muitos casos, pagar o imposto.

Com a nova regra, rendimentos de até R$ 5 mil mensais ficarão isentos, ampliando significativamente a faixa de contribuintes livres da cobrança. Essa atualização corrige parte da defasagem histórica da tabela, que, segundo estudos, acumulava mais de 130% de defasagem em relação à inflação desde 1996.

Além disso, a tabela progressiva do IR também será reajustada para reduzir o peso tributário sobre a classe média. Trabalhadores que recebem entre R$ 5.000 e R$ 7.350 terão redução parcial da alíquota, por meio de uma fórmula de compensação automática.

Quem será beneficiado pela isenção do IR 2025

De acordo com projeções da Receita Federal, cerca de 36 milhões de contribuintes devem ser diretamente beneficiados pela nova faixa de isenção. No entanto, economistas como Daniel Teles acreditam que o número real pode ser ainda maior, alcançando até 80 milhões de brasileiros — quando considerados os efeitos indiretos sobre famílias e dependentes.

Isso porque o ganho de renda líquida se traduz em maior poder de compra e redução da pressão sobre o custo de vida, principalmente em um cenário de alta nos preços de alimentos e serviços essenciais.

O principal grupo beneficiado será composto por:

• Trabalhadores com carteira assinada que ganham até R$ 5 mil;
• Aposentados e pensionistas com rendimentos até o novo limite;
• Profissionais autônomos com renda dentro da faixa de isenção;
• Microempreendedores individuais (MEIs) que não ultrapassem o teto de faturamento mensal compatível com a categoria.

Quanto o trabalhador pode economizar com a nova isenção

O economista Daniel Teles exemplifica o impacto da medida com cálculos aproximados. Segundo ele, quem recebia R$ 5.000 por mês e era tributado até 2024 pode economizar cerca de R$ 4.000 por ano, valor que se aproxima de um salário mínimo adicional.

“De certa forma, quando a gente olha principalmente para o final do ano, a gente quase pode dizer que é um décimo quarto salário. Estamos falando de quase um salário a mais no bolso do trabalhador para quem era tributado nessa alíquota”, destacou Teles.

A economia mensal estimada é de R$ 313, valor que antes era retido na fonte. Esse montante, agora liberado, pode ser redirecionado para pagamento de dívidas, consumo ou poupança familiar.

A importância da correção automática da tabela

Uma das grandes inovações da proposta é o mecanismo de atualização automática da tabela do IR, vinculado à inflação acumulada do ano anterior. Essa medida evita que o trabalhador perca poder de compra com o passar do tempo e que a defasagem volte a crescer, como ocorreu nas últimas décadas.

Na prática, o reajuste automático garantirá que a faixa de isenção e as alíquotas sejam corrigidas anualmente, preservando o benefício e mantendo a justiça tributária.

Efeitos econômicos esperados com a isenção

A liberação de bilhões de reais da tributação deve aquecer o consumo interno e estimular a economia brasileira. Especialistas estimam que o aumento da renda disponível pode gerar impacto positivo em diversos setores, como varejo, alimentação e serviços.

Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, a medida pode movimentar mais de R$ 100 bilhões na economia ao longo de 2026, considerando o ciclo completo da isenção.

Além disso, o governo prevê aumento da formalização do trabalho, já que muitos trabalhadores autônomos e informais poderão perceber vantagens ao ingressar no sistema formal, agora mais justo e vantajoso.

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Estratégia de justiça tributária

Para compensar a perda de arrecadação, estimada em cerca de R$ 25,8 bilhões em 2026, o governo incluiu na reforma uma taxação mínima de 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil.

Essa medida busca equilibrar a carga tributária entre as diferentes classes sociais, garantindo que os mais ricos contribuam proporcionalmente à sua renda. O objetivo é tornar o sistema mais progressivo, isto é, quem ganha mais paga mais, e quem ganha menos, paga menos — ou, neste caso, nada.

Essa política de redistribuição é considerada essencial para reduzir a desigualdade econômica e fortalecer a renda das famílias de baixa e média renda.

Quando a isenção começa a valer

A ampliação da faixa de isenção do IR está prevista para entrar em vigor em janeiro de 2026, com efeitos já aplicáveis à declaração de 2027. Entretanto, se o Senado aprovar a proposta ainda em 2025 e ela for sancionada pelo presidente Lula sem vetos, o benefício poderá ter implementação antecipada, conforme decisão política.

A Receita Federal já trabalha na atualização dos sistemas de cálculo e retenção na fonte, para que as empresas possam ajustar seus sistemas de pagamento de forma automática assim que a medida for oficializada.

O impacto para o trabalhador brasileiro

O aumento da isenção do IR é uma das medidas mais populares dos últimos anos, pois impacta diretamente a renda líquida dos brasileiros. Em um cenário de inflação controlada, aumento do salário mínimo e retomada do crescimento, o ganho fiscal se soma a um ambiente mais favorável ao consumo e à poupança.

Para famílias com orçamentos apertados, o benefício representa alívio imediato, especialmente em tempos de aumento no custo de vida e endividamento. Além disso, ao liberar parte da renda que antes era retida, o governo fortalece o mercado interno, criando um ciclo positivo de crescimento

Isenção do IR: um alívio que pode virar política permanente

A isenção do IR 2025 é mais do que uma mudança tributária: representa um avanço social e econômico que devolve poder de compra a milhões de brasileiros. O potencial de liberar até um salário mínimo por ano para quem antes era tributado simboliza uma política voltada à justiça fiscal e à redistribuição de renda.

Se acompanhada de mecanismos de atualização e controle, essa medida pode se consolidar como um marco de sustentabilidade econômica e equidade social, fortalecendo a confiança do cidadão no Estado e no sistema tributário brasileiro.