Juros do cartão de crédito aumentam novamente e alcançam o maior nível do ano, segundo o Banco Central
Os juros do cartão de crédito alcançaram o maior nível do ano, chegando a 432,3% ao ano. Entenda o impacto dessa alta para os consumidores!
Em julho de 2024, os juros do rotativo do cartão de crédito atingiram o maior patamar do ano, segundo dados divulgados pelo Banco Central na última quinta-feira (29). A taxa média anual subiu para 432,3%, marcando um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
Dessa forma, saiba mais sobre o impacto dessa alta para os consumidores, as implicações legais e as alternativas de crédito disponíveis!
Entenda A Alta dos Juros do Cartão
Taxa Média de Juros
De acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito publicadas pelo Banco Central, a taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito subiu para 432,3% ao ano em julho. Esse aumento representa a maior taxa registrada em 2024 até o momento, elevando a preocupação entre os consumidores sobre o custo do crédito.
Na prática, essa taxa significa que uma dívida de R$ 800 no cartão de crédito, se não quitada ao longo de um ano, pode aumentar exponencialmente. Por exemplo, ao final de um ano, o saldo devedor pode chegar a R$ 4.258,40, considerando a alta taxa de juros.
Comparação com o Ano Anterior
Para ilustrar o impacto dessa taxa, considere que em janeiro do ano passado, a mesma dívida de R$ 800 teria se transformado em R$ 3.458,40 ao longo de um ano. O aumento significativo nos juros, portanto, acarreta um custo adicional considerável para o consumidor que não paga a fatura do cartão em dia.
Leia mais:
Cuidado: Novo vírus no Android rouba dados de cartões de pagamento por aproximação
Regulamentação e Impacto da Nova Lei
Limite de Juros Estabelecido pelo CMN
Em dezembro de 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou um limite de 100% para as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, uma medida aprovada pelo Congresso Nacional. Com a nova legislação em vigor desde janeiro, qualquer dívida não pode ter um valor total superior ao dobro da quantia original, após inclusão de juros e encargos.
Por exemplo, uma dívida inicial de R$ 200 não pode ultrapassar R$ 400, conforme a nova norma. No entanto, os dados do Banco Central indicam que a taxa efetiva registrada pode sugerir que os bancos não estão seguindo rigorosamente essa regra, sendo o que se vê uma extrapolação estatística e não uma taxa efetiva em todos os casos.
Interpretação dos Dados pelo Banco Central
Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, afirmou que a instituição não planeja interromper a série histórica das taxas de juros do rotativo. Ele destacou que esses dados continuam sendo valiosos para monitorar a evolução das taxas de juros e a média praticada pelo sistema financeiro.
Outras Linhas de Crédito e Seus Juros
Cheque Especial
O cheque especial, que é a segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, apresentou uma desaceleração em julho. Os juros médios do cheque especial chegaram a 127,8% ao ano, uma redução de 3,5 pontos percentuais em relação a junho. Embora mais barato que o cartão de crédito, o cheque especial ainda apresenta um custo elevado.
Para uma dívida de R$ 800 mantida por um ano no cheque especial, o montante final devedor seria R$ 1.822,40, destacando que, embora a taxa tenha caído, o custo ainda é significativo.
Crédito Consignado
Como alternativa aos altos juros do cartão de crédito e do cheque especial, o crédito consignado oferece condições mais favoráveis. Neste tipo de empréstimo, as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, resultando em taxas de juros mais baixas.
Atualmente, a taxa média do crédito consignado está em 23,2% ao ano, mantida pelo terceiro mês consecutivo. Essa taxa varia conforme o perfil do tomador do empréstimo:
- Beneficiários do INSS: 21,4% ao ano;
- Servidores Públicos: 22,9% ao ano;
- Trabalhadores do Setor Privado: 38,6% ao ano.
Impacto no Consumidor e Recomendações
Consequências para os Consumidores
O aumento dos juros do cartão de crédito pode resultar em um custo muito alto para os consumidores que não conseguirem quitar suas dívidas em dia. O impacto pode ser devastador para o orçamento familiar e pode levar a dificuldades financeiras significativas.
Recomendações
- Pagar a Fatura em Dia: para evitar os altos juros do rotativo, é essencial pagar a fatura do cartão de crédito integralmente até a data de vencimento;
- Explorar Alternativas: considere utilizar o crédito consignado para obter taxas de juros mais baixas, se for uma opção viável;
- Negociar Dívidas: em caso de dificuldade financeira, é recomendável negociar com o banco ou a instituição financeira para buscar condições mais favoráveis ou um plano de pagamento.
Considerações Finais
A alta dos juros do cartão de crédito para 432,3% ao ano destaca a necessidade urgente de gestão cuidadosa das finanças pessoais. Apesar da regulamentação que limita o valor total da dívida, os consumidores ainda enfrentam um custo significativo se não administrarem adequadamente seus pagamentos.
Explorar alternativas de crédito e manter-se informado sobre as mudanças nas taxas pode ajudar a mitigar o impacto financeiro e proteger o orçamento familiar.
Imagem: Suradech Prapairat / shutterstock.com