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Metade dos moradores em situação de rua não estão inscritos no CadÚnico

De acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, metade das pessoas em situação de rua no país não está inscrita no Cadastro Único do governo federal. Portanto, não tem acesso a nenhum benefício social.

O Jornal Nacional mostrou a situação de Ana Rocha da Silva que quer muito conseguir o registro no CadÚnico. Pois, apenas quem está no cadastro tem acesso a benefícios sociais, como o Auxílio Brasil e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“Hoje quem está me ajudando é o meu filho e a minha filha, porque desde a pandemia que eu estou desempregada. Não consigo emprego porque eu já tenho 62 anos”, conta.

Nereu Fialho Carvalho ainda não conseguiu fazer o cadastro por conta das enormes filas.

“Já é a 14ª vez que eu venho para conseguir, mas sempre que eu chego de manhã ou de noite já tem uma fila quilométrica e as senhas são limitadas”, reclama.

Fora das estatísticas

Dessa forma, sem estarem inscritos no CadÚnico, milhões de brasileiros não existem para o governo. São pessoas em situação de vulnerabilidade que estão fora das estatísticas, pois não estão no Cadastro Único do governo. E, assim, não são contempladas pelas políticas públicas. 

Entre os motivos para estes cidadãos estarem fora do CadÚnico está a falta de documento, que atinge principalmente a população em situação de rua.

População em situação de rua

De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais, em março de 2020, no começo da pandemia, três em cada dez pessoas em situação de rua não estavam inscritas no CadÚnico. Contudo, em dezembro de 2021, a situação piorou, pois cinco em cada dez pessoas em situação de rua não tinham o registro no cadastro.

Ademais, a quantidade de prefeituras que cadastram estes cidadãos diminuiu. Pois, em 2020, eram 3.435 municípios. Já no ano passado, foram 2.055 municípios.

“Tanto o governo federal quanto os governos estaduais não têm coordenado, não têm monitorado, não têm avaliado essa importantíssima política pública. Já não faziam antes e nós víamos graves problemas; e não fizeram isso durante a pandemia e ainda não fazem isso. Os governos municipais, em outra medida, precisam se esforçar mais, precisam se organizar de uma melhor forma, colocar mais pessoas nas ruas, justamente para ir ao encontro dessas populações tão vulnerabilizadas que nós temos nas nossas cidades”, explicou André Dias, do POLOS-UFMG.

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