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Transição revela que alta da conta de luz é inevitável, mas não deve ser no curto prazo

A pasta está deixando uma dívida de mais de R$ 500 bilhões para o novo governo. Confira quando a alta da tarifa acontece.

A alta da conta de luz é inevitável, segundo o grupo do Ministério de Minas e Energia da equipe de transição do novo governo. Entretanto, o aumento pode ser a longo prazo e durar anos. 

Isso porque a pasta está deixando uma dívida de mais de R$ 500 bilhões para o novo governo. Esse rombo é formado por gastos com a Covid-19, pagamento de termelétricas e, principalmente, por custos relacionados à privatização da Eletrobras. 

A estimativa é que o pagamento desse montante demore cerca de 20 anos para ser feito. Entretanto, ele vai inevitavelmente chegar ao bolso do consumidor. 

Nova alta da conta de luz

Com o fim da pandemia da Covid-19 e dos subsídios pagos pelo governo, já era esperado uma alta na conta de luz. Entretanto, análises feitas pela equipe de transição do novo governo determinaram que o aumento pode ser maior do que o imaginado. 

Isso porque, como citado anteriormente, foi identificada uma dívida de R$ 500 bilhões deixada pelo governo Bolsonaro no Ministério de Minas e Energia.

De acordo com o coordenador de energia da equipe de transição, Maurício Tolmasquim, a dívida é formada pelos seguintes gastos:

  • R$26 bilhões: empréstimos ligados à pandemia da Covid-19;
  • R$6,5 bilhões: escassez hídrica;
  • R$39 bilhões: contratação de termelétricas;
  • R$368 bilhões: emendas sobre a privatização da Eletrobras;
  • R$55 bilhões: reserva de mercado.

O ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e presidente da recém-criada Frente Nacional dos Consumidores de Energia, Luiz Eduardo Barata, diz que essa conta vai atingir os próximos três ou quatro governos. 

Atrasar o reajuste

Uma solução para diminuir o impacto imediato da alta da conta de luz seria negociar uma parte da dívida. Por exemplo, o pagamento das termelétricas. Assim, o repasse ao consumidor demoraria mais tempo. 

Além disso, Barata aponta como uma possível solução uma reforma do setor de energia, já que o modelo atual não comporta as mudanças do setor elétrico, principalmente a popularização das energias renováveis.  

Imagem: Roberto Costa/FolhaPress