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Americanas oferece ações como pagamento de dívidas, mas bancos rejeitam

A Americanas ofereceu aos bancos que se tornem acionistas da empresa, para poder saldar parte de suas dívidas. Veja mais detalhes

Após o rombo no valor de R$ 40 bilhões vir a público, a Americanas tem buscado negociar com seus credores. Dessa forma, ofereceu aos bancos que se tornem acionistas da empresa. No entanto, as instituições financeiras recusaram, pois alegam que a empresa quer “dividir a conta”.

De acordo com o Estadão, uma das propostas feita pela Americanas foi de que os sócios colocassem R$ 6 bilhões na empresa. E que os bancos entrassem com outros R$ 6 bilhões. No entanto, as ações da companhia fecharam na última segunda-feira (16), com baixa de 38,41%, chegando a R$ 1,94. Assim, somente este mês, os papéis da Americanas já acumulam cerca de 80% de desvalorização.

Ações

À vista disso, ao injetarem o montante na companhia, os bancos se tornariam acionários da empresa. E, dessa forma, converteriam proporcionalmente as dívidas das Americanas em ações.

Sendo que os bancos mais afetados pela crise financeira da empresa são Bradesco, Santander, Itaú, Safra e o BTG, que tentou congelar um depósito da Americanas no valor de R$ 1,2 bilhão, na semana passada.

Dessa forma, as instituições financeiras desejam que os acionistas de referência, que são Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, paguem uma quantia entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. Portanto, se o valor for menos que isso, “nem pensar”, afirmou um banqueiro ouvido na condição de anonimato pelo Estadão.

Medidas judiciais

Assim, as conversas entre a Americanas e os bancos não andam nada bem. Na última sexta-feira (13), o BTG, de André Esteves, argumentou que a Americanas é uma “empresa que tem fraude contábil em seu modelo de negócio”. E, dessa forma, “não há função social subjacente que se possa preservar”.

Na sexta-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) concedeu uma medida cautelar para a Americanas evitar a execução de dívidas por 30 dias, inclusive do BTG. 

Todavia, o BTG fez mais uma petição na 4ª Vara Empresarial do Estado do Rio de Janeiro, além de levar o caso para a Justiça de São Paulo. Onde afirmou que o juiz do Rio de Janeiro, que bloqueou o pagamento dos débitos, foi “induzido a erro pela narrativa simplória da Americanas” e utiliza novamente o termo “fraude” para descrever os problemas de balanço da empresa.

Imagem: Jair Ferreira Belafacce/shutterstock.com