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Americanas pediu para que bancos ocultassem operações de risco que geraram dívida

Diretores da Americanas pediram que bancos alterassem documentos para esconder as operações de “risco sacado” da empresa. Entenda!

Nova informação sobre o rombo da Americanas é divulgada e a notícia abala o processo de recuperação judicial. De acordo com documentos obtidos pelo Grupo Globo, a diretoria da varejista tentou esconder operações de “risco sacado” dos seus auditores.

“Risco sacado” é uma operação de crédito em que os fornecedores de uma empresa conseguem um adiantamento de recebíveis com um banco e a empresa passa a pagar à instituição financeira.

Foi exatamente a forma como essas operações apareciam no balanço da Americanas que levaram ao rombo bilionário nas contas da varejista e o posterior pedido de recuperação judicial.

Diretores da Americanas pediram a alteração de documentos

De acordo com as regras financeiras do país, as empresas de capital aberto precisam ter suas finanças analisadas por uma auditoria externa. Nesse sentido, os bancos precisam enviar “cartas de circularização” para as auditorias.

Esse documento traz todas as operações de uma empresa com o banco. Em 2016, diretores da Americanas pediram para que Itaú e Santander alterassem as “cartas de circularização” que enviaram para a auditoria da varejista.

O objetivo seria retirar dos documentos as operações de “risco sacado” que os bancos tinham com a empresa. Naquele ano, as suas instituições financeiras enviaram ratificações das suas cartas. Nas novas versões não apareciam informações sobre as operações de risco.

A auditoria chegou a marcar uma reunião com a diretoria da Americanas para entender a situação. Na reunião os gestores da empresa garantiram que tais operações não existiam.

O que dizem os bancos?

O Banco Itaú confirmou o contato com a diretoria da Americanas, mas afirmou que negou o pedido de alteração. De acordo com ele, a empresa pediu uma lista com o detalhamento de várias operações, mas a de “risco sacado” não estava entre elas.

O documento chegou para a auditoria, contudo, a instituição financeira garante que a “carta de circularização” estava em anexo ao novo documento. Já o Santander disse que as cartas são apenas uma das formas de auditar empresas e que, se houve fraude, é de responsabilidade da Americanas.

Imagem: Brenda Rocha – Blossom / Shutterstock.com