AutiBank: clientes denunciam golpe de banco digital e polícia investiga
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma empresa do ramo financeiro que atua em diversos Estados. A AutiBank é acusada de aplicar golpes financeiros em clientes em troca de rendimentos de até 5% ao mês, mas que nunca foram pagos.
A Autibank atrai clientes, com ou sem capital, para investir e receber, em troca, a oportunidade de uma renda fixa que varia em torno de 1,5% a 5% ao mês. Aqueles que não têm valor a investir são induzidos a assumir empréstimos em bancos tradicionais, com a promessa de que as parcelas seriam pagas pelo Autibank caso o valor total fosse investido no mercado financeiro pela empresa.
Um negócio que parecia seguro e que fez muita gente pegar dinheiro emprestado para investir, mas que, segundo clientes, se tratava de um golpe financeiro. A empresa investigada ainda afirmava que o cliente receberia uma rentabilidade acima do valor total do empréstimo, que variavam entre R$ 20 mil a R$ 250 mil.
Autibank não era amor, era cilada
Contudo, nem tudo que reluz é ouro. Como disse Gustavo Lima, sob um palco grandioso durante um show patrocinado pelo AutiBank, “Vem de golpe que eu vou de vítima”. Segundo clientes, a patrocinadora do evento fez jus à frase.
A empresa não teria cumprido o trato com seus investidores, e muitos relatam que após contrair empréstimos para investir na fintech, apenas a primeira parcela foi paga. No fim do ano passado, uma aposentada de Niterói, de 58 anos, firmou dois acordos com o AutiBank, referentes a empréstimos de R$ 30 mil e de R$ 25 mil. Todavia, a partir da segunda parcela, nada mais foi quitado junto à idosa, que entrou no negócio após ser convencida por uma amiga de infância da filha, que passou a trabalhar na empresa.
“Os funcionários eram muito pressionados para conseguir pessoas que pudessem investir, havia uma cobrança psicológica e emocional muito grande, eu acompanhei isso de perto. Em um momento de desespero por conta desse cenário, ela acabou oferecendo pra gente”, afirmou a filha da idosa.
Atualmente a idosa se encontra “sem dinheiro até pra comer”, e está acometida de depressão profunda. Segundo a filha, a idosa “não levanta se eu não estiver perto, e só come se eu der na boca”.
Yuri Medeiros Correas, CEO da Autibank, que já foi homenageado pela Câmara dos Vereadores do Rio pelos serviços prestados à sociedade, é réu no Ceará, acusado de comandar uma organização criminosa.
O esquema no Ceará, segundo o Ministério Público, também era baseado no repasse de empréstimos. Na denúncia, os promotores frisam que o AutiBank “não se trata de um banco e nem de instituição financeira, tanto que não consta autorização do Banco Central para funcionar como tal”.
AutiBank não é o Alt.Bank
Como a pronúncia é semelhante, o banco digital Alt.Bank deixou destacado em sua página na internet o seguinte alerta: “Não pedimos valores antecipados para aprovação de crédito de parceiros, e nem dados pessoais por telefone. NUNCA revele dados pessoais ou senhas usadas no app alt.bank. alt.bank não é associado ao AutiBank nem outra entidade de nome similar.”
Já o AutiBank patrocinou vários shows, em especial de cantores do gênero sertanejo. Segundo a empresa, o nome e o símbolo com referência ao Autismo devem-se ao fato do filho de um dos sócios ser autista.
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Imagem: Reprodução / Google Maps
