Banco Central mantém taxa de juros a 13,75% na última reunião do ano
O Copom do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar que está em vigor desde o início de agosto
Nesta quarta-feira (7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar que está em vigor desde o início de agosto. Dessa forma, esta é a última reunião do Copom no governo Jair Bolsonaro (PL). Pois, o próximo encontro do comitê está marcado para os dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro, já na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Via de regra, o comitê se reúne a cada 45 dias para determinar a taxa básica de juros da economia. Portanto, essa é a quarta reunião consecutiva em que o Copom fixa a Selic em 13,75%. Contudo, este resultado já era esperado pelo mercado.
Taxa de juros
Em síntese, o Banco Central iniciou o governo Bolsonaro com a taxa de juros em 6,5% ao ano. Entretanto, em 2020, durante a pandemia da Covid-19, diminuiu a Selic para 2% ao ano, menor patamar da história.
Todavia, a partir de março de 2021, o Banco Central passou a elevar a Selic em todas as reuniões – 12 consecutivas. Assim, a taxa chegou a 13,75% ao ano, sendo o maior e mais longo ciclo de alta desde 1999.
Embora a taxa tenha sido mantida, a Selic continua no maior patamar desde novembro de 2016, quando estava em 14% ao ano.
De acordo com o Banco Central, o ciclo da alta de juros teve o intuito de frear as pressões inflacionárias geradas pela pandemia da Covid, que ocasionou a interrupção na oferta de produtos e injetou recursos extraordinários na economia, através de auxílios temporários, o que fez com que os preços subissem. Além disso, a guerra na Ucrânia também causou impacto na inflação, especialmente nos preços de combustíveis e alimentos.
O comunicado do Copom
Em suma, no comunicado emitido após a reunião, o Copom avalia que:
- No cenário externo, continua um cenário “adverso e volátil” e um “ambiente inflacionário ainda pressionado”;
- No Brasil, a inflação ao consumidor se mantém alta “apesar da queda recente”.
Portanto, na avaliação do comitê, a “incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país” pode pressionar a inflação. E, por isso, é preciso “serenidade”.
“O Comitê acompanhará com especial atenção os desenvolvimentos futuros da política fiscal e, em particular, seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação”, ponderou.
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