Bilionários acumulam mais riqueza trabalhando ou por herança?

Um estudo divulgado no final de abril revela que o mundo viu um aumento significativo do número de bilionários no último ano. Segundo o levantamento feito pelo banco UBS, 137 pessoas adicionaram seus nomes à lista de bilionários em um período de 12 meses encerrados em abril.

Dos 137 novos bilionários, 53 herdaram uma soma impressionante de US$ 150,8 bilhões (R$ 736 bilhões), representando um aumento de 7% em relação aos US$ 140,7 bilhões (R$ 690 bilhões) acumulados pelos 84 outros bilionários que construíram suas fortunas por meio de atividades profissionais.

Herança é o maior impulsionador da riqueza?

O estudo aponta que a herança desempenha um papel considerável na acumulação de patrimônio dos bilionários. Segundo o UBS, este fator tende a crescer ainda mais ao longo do tempo. Durante os próximos 20 a 30 anos, mais de mil bilionários vão transferir cerca de US$ 5,2 trilhões (R$ 25,51 trilhões) aos herdeiros, estima o banco. O cálculo leva em conta a riqueza de bilionários com 70 anos ou mais.

Para entender a dimensão desse aumento, é importante olhar para o crescimento do número total de bilionários e a riqueza acumulada. Nos últimos 12 meses analisados, o número de bilionários passou de 2.376 para 2.544. Ademais, a riqueza total subiu de US$ 11 trilhões (R$ 54,19 trilhões) para US$ 12 trilhões (R$ 58,87 trilhões).

Como é o perfil do novo bilionário?

A imagem típica do jovem bilionário, como Clemente de Vecchio, que herdou uma fortuna estimada em US$ 9 bilhões (R$ 44,15 bilhões) após a morte de seu pai (fundador da Luxottica) aos 19 anos, não é a regra. “Muitas vezes eles têm mais de 50 anos”, explica Michael Viana, chefe de cobertura estratégica de clientes do UBS. De fato, a maioria dos herdeiros da fortuna bilionária são bem mais velhos quando assumem a riqueza de suas famílias, no que tem sido chamado pela mídia de “Efeito Rei Charles”.

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Assim, essa tendência de acumulação de riqueza, seja por meio de herança ou de atividades profissionais, continua a gerar debates sobre as desigualdades econômicas em todo o mundo. Enquanto a riqueza dos bilionários cresce de forma consistente, muitos questionam se essas fortunas não deveriam ser melhor redistribuídas. Isso em uma tentativa de combater a desigualdade global.