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Brasileiros que compram por cartão de crédito podem pagar mais caro em breve; entenda o motivo

Entenda a possível mudança no pagamento com cartão de crédito. Descubra o que dizem os setores e o impacto no bolso do consumidor.

Uma controvérsia de grandes proporções está agitando o cenário das finanças brasileiras, e pode ter um impacto significativo no bolso dos consumidores. O debate gira em torno das compras parceladas sem juros realizadas por meio de pagamento com cartão de crédito. Hábito este, profundamente enraizado no país, movimentando anualmente um montante impressionante de R$ 1 trilhão.

O tema, até então discutido nos bastidores, foi catapultado para o centro das atenções após declarações públicas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O mesmo expressou seu apoio à possível extinção desse modelo de parcelamento. Campos Neto enfatizou que é necessário repensar a prática do parcelamento sem juros, considerando suas implicações para a economia como um todo.

Setores em disputa

O governo formou um grupo de trabalho composto por representantes do Ministério da Fazenda, Banco Central e instituições bancárias com o objetivo de abordar a redução dos juros rotativos do cartão de crédito, que atualmente atingem a marca de 437% ao ano. Os bancos, defendendo essa medida, sustentam que o parcelamento sem juros é uma das principais causas por trás da inadimplência.

Agência de viagem entregando as passagens para um casal.
Imagem: VGstockstudio / shutterstock.com


O varejo, responsável por uma parcela considerável das transações comerciais, sofreria um impacto direto, uma vez que cerca de 60% das transações se concretizam por meio deste método de pagamento. Além disso, as companhias aéreas acompanham a discussão de perto, já que o parcelamento sem juros desempenha um papel crucial na venda de passagens.

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Quem defende o parcelamento sem juros no cartão de crédito?

Por outro lado, as fintechs, que têm ganhado espaço no cenário financeiro brasileiro, expressaram sua oposição ao fim do parcelamento sem juros. A Abranet, que reúne fintechs com uma base de clientes de 70 milhões, argumenta que metade das transações realizadas com cartão de crédito no país são parceladas.

Diante dessa discussão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um prazo de até 90 dias para a definição de uma resolução a respeito. Entre as propostas em análise, está a ideia de ajustar o parcelamento de acordo com a natureza do bem adquirido. Essa decisão, poderá ter repercussões no mercado financeiro e no consumo dos brasileiros nos próximos meses.

Imagem: Jacob Lund / Shutterstock.com