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Clubes brasileiros estão perdendo bilhões por ano devido a falsificações

Clubes brasileiros devem realizar um trabalho constante de fiscalização para diminuir prejuízos gerados pelas falsificações.

Tempo estimado de leitura: 4 minutos

Prejuízo para os clubes brasileiros: 37% das camisas de times de futebol vendidas são falsificadas. Isso é o que aponta um estudo realizado pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), encomendado pela Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice), que é uma organização formada por grandes companhias do ramo de produtos esportivos do mundo. 

O número trazido pelo estudo da Ipec reforça o tamanho do problema, que já é um velho conhecido, mas tem crescido aceleradamente com o passar dos anos. A piratria é um crime caracterizado no art. 184 do Código Penal e na Lei 9.279/1996.

Comércio online de peças falsificadas é o que mais gera prejuízos 

Para se ter uma ideia do tamanho do transtorno, no ano passado foram comercializadas aproximadamente 60 milhões de camisas de futebol no Brasil. Desse volume, 22 milhões eram falsificadas, levando a um prejuízo de R$ 9 bilhões para as empresas que vendem materiais esportivos.

Enquanto obtiverem prejuízo de R$ 9 bilhões em 2021, o faturamento das companhias com o comércio de materiais esportivos, incluindo tênis e agasalhos, chegou a R$ 9,12 bilhões no ano passado. Ao todo, foram vendidas mais de 150 milhões de peças falsificadas.

O maior inimigo não é o vendedor ambulante que trabalha nos arredores dos estádios nos dias que ocorrem as partidas. O comércio online é o que mais se destaca. Um exemplo disso é a Shopee, com aproximadamente 17 mil vendedores que comercializam peças esportivas falsificadas e mais de 100 mil links e seis milhões de produtos.

Clubes brasileiros devem realizar um trabalho constante de fiscalização

As peças falsificadas chegam a ser comercializadas por bem menos da metade do seu valor em uma loja oficial. Por exemplo: uma camisa do Corinthians, igual a usada pelos jogadores do time, é vendida por R$ 599,99 pela Nike, com uma versão torcedor por R$ 249,99. Na Shopee, ela sai, em média, por R$ 80.

De acordo com o aponta Juliana Avezum, advogada especialista em direito desportivo e propriedade intelectual, em entrevista ao UOL, a resolução do problema não é tão fácil e exige que autoridades e clubes ou federações realizem um trabalho constante de fiscalização.

“O desafio é grande porque são diversos fornecedores: ao eliminar um, outro surge no cenário. Além desse trabalho de fiscalização, é importante conscientizar o torcedor sobre os prejuízos que isso traz ao clube. Enquanto as pessoas estiverem comprando produtos falsificados, haverá alguém disposto a atuar neste mercado”, pontua a advogada.

Quem trabalha com falsificações não precisa pagar impostos

As camisas esportivas são caras por conta da incidência do ICMS e IPI sobre a produção das peças e saída do estabelecimento que fabricou. São recolhidos IRPJ, CSLL, PIS e Cofins sobre a receita de venda. Esses tributos encarecem o preço final da peça, que é repassada ao consumidor. 

Todos esses impostos não são pagos por quem produz o artigo pirata e o oferece no comércio online a preço de banana (como popularmente é classificado um produto barato). Além disso, ele também não precisa investir em tecnologia, muito menos em marketing para ajudar na divulgação dos produtos e no impulsionamento das vendas.

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Imagem: wutzkohphoto / shutterstock.com