Cocaína será legalizada? Empresa pretende lançar versão comercializável da droga; entenda
Descubra como a Safe Supply aposta em um futuro de legalização da cocaína e planeja adquirir empresas para se beneficiar. Saiba mais
Com base na previsão provocativa de que a legalização da cocaína está a caminho, a Safe Supply Streaming, uma startup recentemente listada na Bolsa de Valores do Canadá, apostou num modelo de negócio inovador.
A proposta da empresa é beneficiar-se da terceira onda de mudanças políticas que descriminalizam drogas pesadas, como a cocaína, seguindo a descriminalização da maconha e psicodélicos. Entenda mais a seguir.
Expectativas em relação à legalização da cocaína
A Safe Supply planeja adquirir empresas que possam se beneficiar dessas mudanças de política. Entre elas, estão os fabricantes de tiras de teste de fentanil, clínicas de tratamento de dependência e fabricantes de bebidas energéticas contendo folha de coca, de acordo com o CEO da startup, Bill Panagiotakopoulos.
A Safe Supply tem apresentado aos investidores estimativas de que a cocaína legal na província canadense da Colúmbia Britânica, que recentemente descriminalizou a droga, poderia ser um mercado de US$ 2,3 bilhões (R$11,8 bilhões).
Vários governos têm adotado a visão de legalização de drogas pesadas?
A startup prevê uma descriminalização global, com leis que tratarão a venda de drogas como qualquer produto normal. O objetivo é que sejam regulamentadas, vendidas e taxadas, na crença de que a legalização aliviaria a crise relacionada às drogas e reduziria as mortes por overdose.
Portugal, por exemplo, descriminalizou as drogas pesadas em 2001 e o estado americano do Oregon seguiu o exemplo em 2020. Mais recentemente, o experimento de descriminalização da Colúmbia Britânica, que se estende desde a heroína até a metanfetamina, entrou em vigor. Além disso, a Suíça anunciou há alguns meses um programa piloto para a legalização da venda de cocaína.
Quais empresas podem se beneficiar da mudança de política?
Várias empresas podem se beneficiar, como a Lucy Scientific Discovery e a Filament Health, que têm acordos com a Health Canada para pesquisa de cocaína. Porém, não há dados suficientes que comprovem que uma oferta legal reduziria as mortes por droga. Vancouver, por exemplo, que tem políticas para tornar o uso mais seguro, enfrenta uma epidemia de dependência e crimes.
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Por fim, nem todos concordam com a visão da Safe Supply. Jason Hockenberry, chefe do departamento da Escola de Saúde Pública de Yale, acredita que a legalização seria pior. Isso porque provavelmente removeria o estigma das drogas, incentivando o uso mais generalizado e, por consequência, a dependência.
“Se você perguntar a uma pessoa se ela experimentaria, ela pode dizer que não. Mas então ela conhece alguém que diz: ‘Eu uso cocaína toda sexta à noite’, e então isso muda a mente dela”.
Jason Hockenberry.
Imagem: Maksim Safaniuk / shutterstock.com
