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Como o empréstimo estudado pela Americanas funciona?

Foi divulgado na última terça (31), o modelo empréstimo estudado pela Americanas. Saiba mais sobre o recurso da varejista.

No início de 2023, a Lojas Americanas tem feito parte do noticiário, especialmente pelo rombo bilionário descoberto no caixa da varejista. Assim, na última terça-feira, dia 31 de janeiro de 2023, foi divulgada a forma de empréstimo estudado pela Americanas, o que chamou atenção do público geral para o funcionamento desta estratégia.

Em suma, a Lojas Americanas informou à Justiça do Rio de Janeiro que pretende financiar seus passivos através do modelo de “financiamento do devedor em posse”, também conhecido como DIP, sendo este utilizado apenas em casos de recuperação judicial.

Além disso, o empréstimo estudado pela Americanas não será utilizado para financiar toda dívida do grupo. Conforme comunicado aos órgãos do estado do Rio de Janeiro, a empresa pretende utilizar este modelo para quitar “apenas” R$1 bilhão de seus passivos.

DIP: empréstimo estudado pela Americanas funciona?

Inicialmente, vale destacar que DIP é a abreviação de debtor-in-possesion financing. Assim, especialistas apontam que o modelo de empréstimo estudado pela Americanas é uma “importação” dos direitos norte-americanos. Não à toa, o Estado brasileiro só aprovou a utilização deste recurso em 2021, através da reformulação da Lei n° 11.101/05 pela Lei n° 14.112/20.

Em entrevista ao Folhapress, Filipe Denki, advogado especialista em recuperação judicial, comentou que este modelo é utilizado em casos que o conselho já aprovou o plano de recuperação judicial da empresa.

Assim, o DIP não demanda a criação de uma assembleia geral de credores, facilitando o processo para quitação dos débitos. Segundo Denki, este modelo de quitação ainda é útil para que a empresa consiga ter caixa. Ou seja, as atividades da Lojas Americanas seguiriam, mesmo durante o processo. O advogado comenta:

A principal finalidade do DIP é suprir a falta de caixa para financiar despesas operacionais como pagamento de fornecedores, salários e despesas administrativas.

No caso da varejista brasileira, o valor subscrito do DIP seria proveniente de seus acionistas referência. Ou seja, os fundadores da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlo Alberto Sicupira. Dessa forma, o empréstimo estudado pela Americanas passa por nomes fortes do mercado.

Imagem: rafapress / Shutterstock.com