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Conheça a Eletrobras, uma das maiores geradoras de energia elétrica do mundo 

Empresa gera quase 30% da capacidade instalada de geração de energia do Brasil.

A Eletrobras é uma empresa brasileira de capital aberto que atua na geração, transmissão e comercialização de energia elétrica em diversas regiões do país. Criada pelo governo federal em 1962, a companhia passou por diversas reestruturações ao longo do tempo.

Inicialmente, a Eletrobras tinha como objetivo coordenar todas as empresas do setor elétrico no país. A finalidade era criar estudos, projetos de construção e gestão de usinas de produção de energia, linhas de transmissão e subestações para suprir o abastecimento de eletricidade no Brasil.

Algumas décadas depois, em 1990, a companhia sofreu sua primeira grande reestruturação que reduziu as responsabilidades da empresa, ao criar organizações públicas como ANEEL, ONS, CCEE e EPE.

Atualmente a Eletrobras é dividida em diversas subsidiárias, como a Eletronorte, Eletrobras Furnas, Chesf e Eletronuclear, que são responsáveis por gerir as usinas e as linhas de transmissão em suas respectivas regiões.

Maior geradora do Brasil

Nesse contexto, a Eletrobras é considerada a maior empresa de geração de energia elétrica brasileira, com capacidade geradora equivalente a 28% do total da capacidade instalada do país. 

Além disso, a empresa é líder em transmissão de energia elétrica no Brasil, com 40% do total das linhas de transmissão do sistema interligado nacional em sua rede básica. São mais de 74 mil quilômetros de linhas de transmissão, o equivalente a quase duas voltas na circunferência da Terra.

Para que isso seja possível a companhia conta com diversas usinas hidrelétricas, termelétricas e eólicas espalhadas por todo o país. 

Conforme dados da Economatica, a Eletrobras é a maior empresa de energia elétrica da América Latina em valor de mercado. Além disso, está entre as maiores do mundo.

Em 31 de dezembro de 2021, o Brasil alcançou uma capacidade instalada de 181 GW, dos quais a Eletrobras contribuiu com 28% ou seja 50 GW. 

Para manter o ritmo de crescimento, a companhia estima investir até 2026 cerca de R$ 48,3 bilhões.

Eletrobrás

Receitas da Eletrobras

A Eletrobras tem como objetivo principal gerar lucro e investir na expansão do setor elétrico do país. Para isso, a empresa busca oferecer serviços de qualidade e investir em novas tecnologias e projetos de geração de energia.

A principal fonte de receita da Eletrobras é a venda de energia elétrica, tanto para o mercado livre quanto para o mercado regulado. A empresa também recebe receitas provenientes da transmissão de energia, que são calculadas com base nas tarifas estabelecidas pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Além disso, a Eletrobras tem investido em projetos de geração de energia renovável, como a construção de usinas eólicas e solares. 

A empresa também tem buscado aumentar sua presença no mercado internacional, com projetos de geração de energia em países como Bolívia e Uruguai.

Vale destacar ainda que a companhia realiza a captação de recursos por meio da Bolsa de Valores para, desse modo, realizar parte de seus projetos, bem como expandir suas operações. Nesse sentido, a  empresa negocia suas ações ordinárias e preferenciais na bolsa brasileira (B3) sob o código“ELET3”, “ELET5” e “ELET6”.

Na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), as ações são transacionadas por meio do Programa de ADR nível II, sob os tickers “EBR” e “EBR-B”. Enquanto isso, na Bolsa de Valores de Madri (Latibex), a negociação é feita pelo Programa Latibex, sob os tickers “XELTO”e “XELTB”

Privatização

Em junho de 2022, a Eletrobras concluiu oficialmente seu processo de desestatização ou privatização. Em outras palavras, isso significa que o governo deixou de ser o maior acionista da companhia.

No entanto, para que isso fosse possível, o governo apresentou em fevereiro de 2021 um projeto de lei no Congresso Nacional, por meio do qual propunha a venda de parte das ações da Eletrobras para investidores privados.

O projeto passou por diversas etapas de tramitação no Congresso, com debates e emendas propostas por parlamentares. 

O que o governo defendia na época era que a privatização da Eletrobras tinha como objetivo melhorar a eficiência da companhia. Com a redução de custos, por consequência, se elevaria o retorno para os acionistas. 

Além disso, com a venda das ações, o governo arrecadaria recursos para investir em outras áreas e também modernizar o setor elétrico.

Nesse contexto, em 14 de junho de 2022, a privatização foi concluida. Na mesma data a B3 sinalizou de maneira simbólica a capitalização da Eletrobras como uma organização de nível global.

A privatização provocou a pulverização do capital social da empresa. No mais, contribuiu para o fortalecimento do mercado de capitais com a chegada dos novos investidores.

Assim, o processo que resultou na privatização da Eletrobras movimentou cerca de R$ 33,7 bilhões. Na B3, por exemplo, a operação foi a principal desde a capitalização da Petrobras, em 2012, que movimentou R$ 100 bilhões.

Eletrobras pode ser reestatizada?

Nos últimos anos, a Eletrobras tem sido alvo de diversas polêmicas e debates políticos no Brasil. Uma das principais polêmicas envolvia a privatização da empresa, que era defendida pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro como forma de reduzir o endividamento do país e melhorar a eficiência da empresa. 

No entanto, mesmo após a privatização, as polêmicas não cessaram. As críticas ao processo de desestatização da Eletrobras marcaram a campanha presidencial do presidente Lula e ainda são debatidas nos discursos atuais. 

Em fevereiro deste ano, Lula disse que os termos da venda da empresa eram ruins, além de “danosos ao país”. Na ocasião, ele ainda pediu que a AGU solicitasse uma revisão do contrato. 

Mais tarde, no dia 21 de março, Lula também se pronunciou sobre a Eletrobras. O presidente anunciou que o governo entrou com uma ação na Justiça contra a redução da participação do governo na elétrica e contra o preço para a recompra de ações da elétrica.

Estratégica

Conforme o governo Lula, a Eletrobras é uma empresa estratégica para o país e sua venda pode levar a um aumento no preço da energia e a uma perda de controle sobre o setor elétrico.

No entanto, para muitas instituições financeiras as ameaças do atual governo não passam de ruídos. 

Segundo o Bradesco BBI, uma reversão da privatização é bastante improvável. Isso porque os mecanismos e normas do processo foram aprovados pelo Tribunal de Contas da União e se tornaram legais graças a uma lei sancionada no Congresso. 

Já para o UBS BB, as ações da Eletrobras seguirão sujeitas a uma pressão no curto prazo por conta dos rumores sobre a reverter da privatização, mas não deve ser algo realmente viável, pois o processo foi supervisionado por órgãos competentes, conferindo-lhe legalidade.

Imagem: Salty View/shutterstock.com