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Empresa anuncia que cortará seus gastos em 30% se Bolsonaro não for eleito

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Após o resultado do primeiro turno das eleições, uma empresa com sede em Não-Me-Toque (RS), chamada Stara Indústria de Implementos Agrícolas, por meio de comunicado interno, afirmou que irá “reduzir sua base orçamentária em pelo menos 30%” caso Jair Bolsonaro (PL) não vença as eleições no próximo dia 30. 

Justificativa

Dessa forma, como justificativa, a empresa alegou que o cenário trará instabilidade política e possíveis alterações na política econômica. Além disso, a Stara afirmou que o corte pode gerar uma redução do poder de compra, “desencadeando uma queda significativa” na produtividade da fábrica.

Apoiador de Bolsonaro

Átila Stapelbroek Trennepohl, presidente da empresa, é filho de Gilson Larri Trennepohl, um dos principais doadores de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). Assim, ele realizou um repasse de R$ 350 mil para a reeleição do candidato.

Ademais, também doou R$ 300 mil para a campanha do candidato ao governo do Rio Grande do Sul e ex-ministro de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que disputa o segundo turno.

O empresário também doou para outras campanhas bolsonaristas, como a de Tarcísio de Freitas, que concorre ao governo de São Paulo, e para o deputado federal Osmar Terra.

Gilson Trennepohl, que presidiu a Stara até 2020, agora faz parte do Conselho Administrativo.  

Investimento governamental

A empresa foi contemplada com um contrato de R$ 4,7 milhões durante o governo Bolsonaro através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, destinado a investir em projetos de desenvolvimento tecnológico. Desse total, R$ 1.054.917,78 (22,10% do valor do convênio) já foi pago.

Para especialistas, a prática da empresa pode ser considerada assédio. Porém, o documento em si não é comprobatório, pois ainda dependeria de investigação do Ministério Público.

“Nessa conduta não existe crime, mas existem aspectos que podem enquadrar a empresa em um inquérito civil”, afirmou Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da ESPM, ao iG. De acordo com o especialista, para que seja configurado crime, necessita-se de algo mais “físico” na relação entre patrão e empregado.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a empresa afirmou que o comunicado se tratava de uma projeção para 2023 destinada aos fornecedores.

Imagem: Marcelo Chello/Shutterstock.com