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Entenda o que pode mudar no trabalho de motoristas de aplicativo

Explore as alterações potenciais que podem afetar mais de 700 mil motoristas de aplicativo. Conheça os detalhes e possibilidades.

A atuação dos motoristas de aplicativo está à beira de sofrer mudanças substanciais com um projeto de lei (PL) apresentado ao Congresso Nacional.

Esse projeto visa regularizar a profissão, abordando temas como negociações, inclusão obrigatória na Previdência Social e definição de um salário mínimo.

PL dos motoristas de aplicativo

Motorista de aplicativo dentro do carro conferindo o celular no suporte
Imagem: WESTOCK PRODUCTIONS / shutterstock.com

O projeto de lei, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugere alterações que podem afetar cerca de 704 mil motoristas de aplicativos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, é importante salientar que, como o texto ainda será analisado por deputados e senadores, modificações podem ser feitas.

Uma das propostas do governo é assegurar maior transparência nas relações entre as plataformas e os motoristas. Isso inclui a divulgação, de maneira clara e compreensível, dos critérios para oferta de corridas, pontuação, bloqueio, suspensão e exclusão da plataforma.

Além disso, as empresas serão obrigadas a detalhar os critérios que compõem o valor da remuneração em relatórios mensais.

Acordos coletivos

Se aprovado, o projeto de lei deve valorizar os acordos ou convenções coletivas como principal instrumento de negociação entre plataformas e motoristas. Hoje, essa relação intermediada pela plataforma não oferece uma mesa de negociação para reivindicações coletivas.

Benefícios como plano de saúde, seguro de vida e horas extras terão a possibilidade de negociação no acordo coletivo, caso não estejam previstos na lei.

Remuneração e jornada de trabalho dos motoristas de aplicativo

O projeto estipula um valor mínimo por hora trabalhada de R$ 32,90, dividido em R$ 24,07 para custos do trabalho e R$ 8,03 de remuneração efetiva para o trabalhador. A jornada prevista é de 8 horas diárias ou 176 horas mensais, podendo chegar a 12 horas diárias.

O texto visa garantir um pagamento mínimo, e os trabalhadores podem receber mais, dependendo das horas trabalhadas.

Previdência Social

Atualmente, muitos motoristas optam pelo registro como Microempreendedor Individual (MEI) para ter acesso à Previdência Social. Contudo, essa contribuição não é obrigatória, e estima-se que apenas 23% dos motoristas contribuam dessa maneira, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

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Assim, o projeto de lei propõe uma mudança significativa ao exigir uma contribuição de 7,5% sobre o valor da remuneração, garantindo a inclusão obrigatória de todos os trabalhadores no Regime Geral de Previdência Social. Isso concede direitos a benefícios como auxílio doença e licença maternidade.

Imagem: WESTOCK PRODUCTIONS / shutterstock.com