Entenda por que o Bradesco prefere o Inter que o Nubank
O Bradesco derrubou o preço-alvo do Inter (BIDI11) de R$ 51 para R$ 34. Porém, ainda assim, o novo preço-alvo apresenta uma elevação significativa de 83% diante do fechamento da última sexta-feira (4). A recomendação de compra foi reafirmada.
Em um relatório divulgado pela Ágora Investimentos, os analistas Otavio Tanganelli e Maria Clara Negrão dizem que, apesar de reconhecerem que o momento de curto prazo pode ser mais desafiador, o preço ainda parece atraente a longo prazo.
Bradesco prefere Inter ao Nubank; entenda os motivos
A dupla considerou um cenário conservador após resultados mais fracos do que o esperado no quarto trimestre, notadamente nos resultados de crédito.
“Em um contexto de taxas mais altas e volatilidade do mercado, vemos os investidores mais preocupados com a rentabilidade nos últimos meses, o que provavelmente continuará a desviar a atenção para a geração de lucros vis-à-vis o crescimento no curto prazo”, argumentam.
No quarto trimestre, o Inter apresentou lucro líquido contábil de R$ 6,4 milhões, com uma queda de 67,1% na base anual.
Além disso, a cifra sofreu uma alta de 4,2%, chegando a R$ 20,2 milhões. Contudo, segundo dados reunidos pela Bloomberg, os analistas esperavam que o banco apresentasse um lucro de R$ 48 milhões no quarto trimestre.
Apesar do corte no preço-alvo, os analistas do Bradesco elegeram o Inter como favorito entre as fintechs, “uma vez que atualmente é uma forma muito mais barata de ter exposição à opcionalidade dos bancos digitais ganharem ainda mais espaço no Brasil”.
Situação do Nubank
Neste sentido, o Bradesco abriu a cobertura das ações do Nubank com recomendação de venda e preço-alvo de US$ 5, porém com potencial de queda de 45%.
Os analistas Gustavo Schroden, Otávio Tanganelli e Eric Ito, também avaliaram a situação e concluíram que o Nubank está em uma sinuca de bico. Eles alegam que a avaliação atual do preço não abre margem para nenhum retrocesso, algo difícil de ocorrer em meio a uma economia fraca.
“Ou o Nubank continuará a expandir empréstimos em impressionantes 50% a 60% no ano – assim correndo o risco de grave deterioração da qualidade dos ativos –, ou precisará reduzir o crescimento, arriscando perder clientes”, dizem.
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Imagem: Vitor Lando / Shutterstock.com (com edição).
