Febraban afirma que crédito rotativo pode chegar ao fim no Brasil

Segundo dados do Banco Central, o uso do rotativo do cartão de crédito mais que dobrou nos últimos três anos, com uma alta de 108% entre junho de 2020 e o mesmo mês de 2023. A linha de financiamento é a mais cara do Brasil e é a mais utilizada pela população de baixa renda.

O rotativo do cartão de crédito é utilizado toda vez que o consumidor paga apenas uma parte da fatura até o vencimento. Atualmente, os juros médios estão em 437% ao ano, porém algumas instituições financeiras chegam a cobrar no rotativo quase 1.000%. Diante disso, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que talvez seja preciso que o crédito rotativo chegue ao fim.

Fim do crédito rotativo no Brasil

Embora a Febraban defenda que o cartão de crédito continue como um importante meio para o consumo, a entidade afirma que é preciso rever as compras parceladas, já que o Brasil é o único país que tem 75% das compras feitas nessa modalidade sem juros.

Assim, em busca de uma solução, a Febraban tem debatido o assunto junto ao Ministério da Fazenda, Banco Central e setor varejista. A Federação afirma que as discussões estão evoluindo na busca por soluções que beneficiem os usuários, de forma a viabilizar o consumo.

Mais de um cartão de crédito

De acordo com dados do Banco Central, entre 2019 e 2022, 20 milhões de pessoas passaram a ter um ou mais cartões de crédito. Isso potencializou o risco de endividamento das famílias, já que, em junho de 2022, a quantidade de cartões de crédito (190,8 milhões) era quase o dobro da população economicamente ativa no país (107,4 milhões).

Segundo o Estadão, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, vem demonstrando preocupação com o crescimento de cartões em circulação, uma vez que afeta diretamente o balanço das empresas e aumenta o endividamento das famílias.

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