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MPF vai receber até o dia 9 de fevereiro sugestões de formas do Banco do Brasil reparar escravidão

O MPF coleta sugestões sobre como o Banco do Brasil pode reparar seu envolvimento no tráfico de escravos do século 19. Participe e contribua!

O Ministério Público Federal (MPF) está coletando sugestões da população até dia 9 de fevereiro sobre como o Banco do Brasil pode reparar sua participação no tráfico de pessoas negras no século 19.

Em novembro passado, o banco pediu desculpas ao povo negro. Além disso, anunciou medidas para promover a igualdade racial, combater o racismo estrutural e realizar ações de inclusão no Brasil.

Por trás do pedido de desculpas do Banco do Brasil

Fachada de uma agência do Banco do Brasil
Imagem: rafapress / Shutterstock.com

A notificação ao banco ocorreu em setembro, quando um inquérito do MPF revelou a relação entre a instituição e o tráfico de pessoas escravizadas no século 19.

Durante reuniões com os representantes do banco, historiadores apresentaram estudos mostrando que a instituição financeira se beneficiou do tráfico de africanos.

Tais representantes alegaram ainda que a análise deve considerar o contexto histórico, social, econômico, jurídico e cultural da época dos acontecimentos.

A busca por solução efetiva

Contudo, para o MPF, o simples pedido de desculpas não é suficiente. “Se, por um lado, é inadmissível que convivamos com o apagamento e o silêncio ante essa tragédia histórica, mostra-se fundamental, por outro, que não nos limitemos a um mero pedido de desculpas, por melhores que sejam as intenções”, argumenta o despacho da PRDC/RJ.

Assim, o MPF faz um apelo para que haja a reflexão sobre a necessidade de reparação efetiva. Portanto, considera que as propostas atuais do banco, por serem temporais e não abordarem questões estruturais, não se alinham ao objetivo de reparação.

As iniciativas do Banco do Brasil em questão

Entre as iniciativas lançadas pelo BB para reparação está o Ourocard Raízes, um cartão por meio do qual o banco fará doações voltadas para ações que promovam a visibilidade da causa racial.

Segundo o banco, “as tarifas serão revertidas para a inclusão produtiva e acesso a direitos econômicos de mulheres negras e o Banco do Brasil fará repasse, via Fundação Banco do Brasil, para a Parceria Estratégica firmada com a Universidade Zumbi dos Palmares, com projeto que contemple, entre outras ações, pesquisa aplicada à temática racial e mecanismos de aceleração da representatividade e combate à discriminação no Brasil”.

Assim, quem deseja enviar sugestões e propostas de reparação, ainda tem tempo. Elas podem ser enviadas por meio de protocolo no MPF, mencionando o inquérito (IC 1.30.001.004372/2023-13), ou para o e-mail da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do Rio de Janeiro (PRDC/RJ): [email protected].

Imagem: rafapress / Shutterstock.com