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Número surpreendente de lojas de armas e munições no Brasil foram abertas no governo Bolsonaro

Apenas em 2022, último ano da gestão Bolsonaro, o Exército brasileiro autorizou a abertura de 605 novos estabelecimentos de armas e munições.

Mais de 1,6 mil lojas de armas e munições foram abertas no Brasil durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são do jornal Metrópoles, obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI), dos dados do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), mentidos pelo Exército Brasileiro.

Apenas em 2022, último ano da gestão Bolsonaro, o Exército brasileiro deu autorização de abertura para 605 novos estabelecimentos. Assim, em dezembro do ano passado o país contava com 3.209 novas empresas do ramo armamentista. 

Flexibilização do acesso a armas e munições 

Para o membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Roberto Uchôa, em entrevista ao Metrópoles, a flexibilização do acesso a armas e munições contribuiu para o aumento de lojas do setor. 

“Não foi apenas um afrouxamento da legislação. O próprio governo federal se comportava como estimulador da compra de armas”, afirmou Uchôa ao portal. 

Durante o governo do ex-presidente Bolsonaro, os proprietários de armas e munições puderam ampliar o acesso ao armamento de 16 para 60 por ano. Do mesmo modo, o número de projéteis autorizados também passou de 60 mil para 180 mil munições por ano. 

Além disso, outras armas e munições se tornaram mais acessíveis, como fuzis que antes eram liberados apenas para as Forças Armadas passaram a ser disponibilizadas para Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs).

“Há um grande aumento no número de lojas, e não há um investimento em melhoria da fiscalização, não há um aumento no orçamento da fiscalização e não há melhoria nos sistemas de controle. Ou seja, há uma extensão no mercado, com uma menor fiscalização”, afirmou o membro do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Ações para o desarmamento da população 

Em um dos seus primeiros atos como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), restringiu o acesso a armas e munições e registros de CACs. No início do mês, o Ministério da Justiça e Segurança Pública também entrou em ação para contribuir com o desarmamento, abrindo prazo para os proprietários de armas e munições cadastrassem os armamentos no sistema da Polícia Federal.

Entre os armamentos, estão o arsenal de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs), gerido pelo Exército. Contudo, é importante frisar que o cadastro não substitui a comprovação dos requisitos pelo portador para a obtenção da posse ou porte da arma.

Na última quinta-feira (16), o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que até o momento 68.488 armas dos CACs foram recadastradas. O governo também está realizando uma Campanha do Desarmamento. Assim, os proprietários que tenham interesse em se desfazer de armas e munições podem se dirigir aos pontos de coleta da campanha.

Imagem: BearFotos/Shutterstock.com