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Qual a avaliação do mercado sobre o primeiro ano do Nubank na Bolsa

O roxinho expandiu seu público e capital, mas período também foi marcado por algumas turbulências. Veja o que analistas dizem.

O Nubank completou seu primeiro ano na bolsa de valores, em dupla listagem no Brasil e nos Estados Unidos, o que levou 7,5 milhões de clientes à oferta pública de ações (IPO).

Isso foi suficiente para avaliar a empresa em cerca de US$ 41,7 bilhões, tornando-a a maior instituição financeira da América Latina.

Animação com o IPO deu lugar à decepção

Desde então, porém, o fascínio do IPO deu lugar à insatisfação do mercado com o roxinho. Um levantamento feito por Einar Rivero, da TradeMap, mostra que as ações do Nubank na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) perderam 54,89% de seu valor desde a oferta pública inicial até o início desta semana.

O analista da Benndorf Research, João Lucas Tonello, afirma que o prazo é muito curto pra avaliar, mas entende que o período difícil se deve ao preço do IPO, “em que se pagou antecipadamente por todo crescimento e rentabilidade que o Nubank vendeu que entregaria”, argumenta.

“Um ano é um prazo muito curto para fazer uma avaliação de trajetória, mas entendo que o período difícil se deve ao preço do IPO, onde pagou-se antecipadamente por todo crescimento e rentabilidade que o Nubank vendeu que entregaria”, disse Tonello.

Trata-se, portanto, de uma ideia ousada que não deu certo. Segundo o analista: “o que vimos ao longo do ano foram as dificuldades para executar essa ‘história perfeita’. O preço do IPO tinha pouca ou quase nenhuma margem de segurança”.

Cenário do período

A dificuldade dessa narrativa se concretizar se deve principalmente à mudança no cenário macroeconômico dos EUA durante esse período. 

Desde o IPO do Nubank, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) já fez seis aumentos consecutivos nas taxas de juros americanas para combater a maior inflação do país em mais de 40 anos. Um cenário que puniu todo o mercado de ações, principalmente as ações de tecnologia.

Para o analista da Avenue Securities, Guilherme Zanin, a situação mudou dentro desse período. 

“Saímos de um período de juros zero e estímulos dos bancos centrais para entrarmos em um de contração monetária e aumento das taxas de juros. Nesse contexto, investidores procuram por empresas que tenham fundamentos mais sólidos, que estejam com valuations (valor do ativo) razoáveis e apresentem bons resultados operacionais”, comenta Guilherme.

Apesar da situação desfavorável e da desvalorização das ações, no primeiro ano da empresa na Bolsa, o Nubank alcançou seu primeiro resultado trimestral positivo. 

Em outubro, a empresa relatou um lucro líquido de US$ 7,8 milhões, o que foi suficiente para permitir que a holding ultrapassasse o chamado “breakeven”, o equilíbrio entre receitas e despesas, graças ao aumento de clientes e o uso de mais serviços do banco digital pelos correntistas.

Imagem: xm4thx / Shutterstock.com