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Retirada dos recursos da poupança pressiona mercado imobiliário, entenda

Retirada da poupança afeta mercado imobiliário. Leia mais e descubra as implicações nesta análise especializada.

Com uma retirada persistente de recursos da Caderneta de Poupança, investidores brasileiros iniciam 2024 trazendo impactos para diversos setores da economia, sobretudo o mercado de financiamentos imobiliários. O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), principal via de crédito para o financiamento de imóveis à classe média com juros limitados, passa por um momento de abalo.

Por lei, os bancos são obrigados a destinar 65% dos depósitos feitos na poupança ao SBPE. No entanto, somente em janeiro, R$ 20,1 bilhões foram retirados da poupança – um valor superior aos depósitos. Segundo o advogado Marcelo Tapai, especialista em Direito Imobiliário, está ocorrendo uma transformação estrutural no mercado.

Quais são as opções para os mutuários?

Os mutuários com menos recursos na poupança têm duas opções viáveis: financiamentos com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou com o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). O FGTS financia imóveis até R$ 1,5 milhões com juros de até 12% ao mês, mas exige regras adicionais em relação ao SBPE. Já o SFI permite financiamento de imóveis acima de R$ 1,5 milhões e entrada zero.

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Imagem: Andrey_Popov / Shutterstock.com

Com o agravamento da situação, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) acredita em uma retomada no SBPE no segundo semestre de 2024. A previsão da Abecip é de que o montante de crédito no sistema se mantenha inalterado ao longo do ano. Marcelo Tapai explica que estamos vivenciando a substituição dos fundos para o financiamento imobiliário por títulos privados. O que eleva o custo do crédito para a compra de imóveis.

Crescimento ainda é esperado para o crédito imobiliário

Apesar desse cenário, a Abecip projeta um crescimento de 3% no crédito imobiliário em 2024, com as concessões chegando a R$ 259 bilhões, número que supera o recorde de R$ 255 bilhões emprestados em 2021. Para Tapai, ainda é prematuro avaliar o impacto dessas mudanças, mas espera-se que a liberação destes recursos possa trazer uma redução nas taxas de juros dos financiamentos e estimular o setor.

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Portanto, mesmo com um cenário desafiador, o mercado imobiliário brasileiro ainda apresenta perspectivas de crescimento para 2024. Com as expectativas depositadas principalmente no FGTS e nas novas alternativas de título privado. Contudo, o futuro dependerá de como serão gerenciados o direcionamento dos investimentos e as mudanças necessárias para impulsionar o setor.

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