Situação difícil: MILHARES de empresas ficaram à beira da falência no Brasil em 2023
Pandemia e alto patamar da Selic trouxeram prejuízos às companhias brasileiras. Confira o resultados do primeiro semestre de 2023.
Diante de um cenário com alto patamar de juros, diversas empresas atravessaram momentos críticos no que se refere à situação financeira. É o que mostram os dados do Monitor RGF de Recuperação Judicial, desenvolvido pela consultoria RGF & Associados.
O levantamento aponta que, a cada mil empresas em atividade no Brasil, duas finalizaram o primeiro semestre de 2023 em recuperação judicial. A maioria dos processos está concentrada nos estados de Alagoas, Maranhão, Paraná e São Paulo. O setor com maior quantidade de ações é o da cana-de-açúcar.
Empresas em recuperação judicial
No total, o país possui 3.823 empresas em situação de recuperação judicial. A área da produção de cana-de-açúcar é a que possui maior quantidade de companhias incluídas na somatória: a cada mil empresas do setor, 38,6 atravessam processos na justiça.
Outras produções de destaque são a de construção de rodovias e ferrovias, fabricação de calçados de couro, transporte coletivo e cultivo de soja. Na visão geral, a cada mil empresas, 1,8 estão com solicitações em andamento.
O sócio da RGF, Rodrigo Gallegos, explica ao Valor Econômico que o levantamento leva em consideração apenas o semestre. Assim, não há separação por mês. Ele também detalha que o estudo ainda não indica o período em que as empresas realizaram os pedidos.
Impacto da Selic
A sócia do Bichara Advogados, Samantha Longo, destaca também ao Valor Econômico que a alta na taxa de juros foi um dos principais fatores que prejudicaram as finanças das empresas. Nas fases iniciais da pandemia de Covid-19, a Selic estava a 2%, o que atraiu as companhias a realizarem diversas operações com crédito. No entanto, em 2023, a taxa atingiu a marca de 13,75%.
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Dessa forma, elas não estão conseguindo arcar com os pagamentos, aumentando os índices de inadimplência. Ao final deste ano, os pedidos de recuperação judicial devem retornar aos patamares anteriores à pandemia. Entretanto, de acordo com os especialistas, não se deve ver uma repetição das marcas de 2016 e 2017, as piores da série histórica, com 1.863 pedidos.
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