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Quantos brasileiros ganham abaixo de dois salários mínimos?

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Pela primeira vez desde 2016, o Brasil possui menos de 10 milhões de pessoas desempregadas. Contudo, apesar do avanço, o número não é positivo. Isso porque a falta de desemprego não significa, necessariamente, boas condições trabalhistas.

Especialmente com a reforma trabalhista de 2014, muita coisa mudou em relação às contratações, e a informalização apenas cresceu. Por exemplo: hoje muita gente tem empregos terceirizados, mesmo realizando trabalhos que, na teoria, exigiriam a CLT. Mas e quanto ao salário? É o que veremos a seguir.

Informalidade, baixos salários e terceirização: como é trabalhar no Brasil em 2022

Dessa forma, apesar de a taxa de desemprego ter melhorado um pouco, cerca de 13 milhões de pessoas hoje trabalham sem carteira assinada. Enquanto isso, cerca de 25,8 milhões exercem funções por conta própria. Esses são os maiores números registrados desde 2012, no início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Além disso, sabe-se através de estudos que o trabalho tem se tornado mais barato. Ou, em outras palavras, o salário dos trabalhadores tem diminuído. Dos números que citamos acima, quase 70% das pessoas recebem valores abaixo de dois salários mínimos — cerca de 67 milhões de trabalhadores. Por sua vez, o número de quem recebe apenas um salário mínimo chega a 37%, ou 35,5 milhões.

Por fim, os chamados trabalhadores informais, ou seja, que vivem de “bicos”, muitas vezes têm dificuldades para encontrar melhores empregos. Ao todo, um total de 19,2 milhões de pessoas estão hoje nessa situação. Para piorar, as projeções para 2023 já mostraram que o aumento do salário mínimo não deve representar um ganho real no poder de compra. A inflação deve “comer” esse pequeno aumento.

Ou seja, ao falarmos sobre aumento ou queda do desemprego, é preciso também considerar outros fatores. Isso porque a informalidade, a terceirização e a “uberização” do trabalho também são problemas atuais. Problemas que apontam um panorama muito mais claro de como é trabalhar no Brasil nos dias de hoje.

Imagem: Alison Nunes Calazans/shutterstock.com