Varejistas serão prejudicadas com a regulamentação do cartão de crédito?

A recente regulamentação de cartão de crédito promulgada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) tem dado margem para preocupações no setor varejista. Na diretriz, ficou estipulado que o pagamento de juros de crédito rotativo não deve ultrapassar o valor principal da dívida.

Gigantes varejistas que oferecem cartões de crédito como a Renner (LREN3), Carrefour Brasil (CRFB3), Mercado Livre (MELI34) e C&A encontram-se, segundo o Citi, diante de um cenário de impacto negativo.

A situação acentua-se quando a limitação das taxas de juros torna as empresas mais cautelosas. Isso porque ocasiona uma diminuição geral de concessões de crédito e, consequentemente, impacta negativamente as vendas que dependem desse incentivo monetário.

O que muda com a nova regulamentação de cartão de crédito?

A partir do próximo mês, segundo o decreto do CMN, uma nova lei do programa federal de refinanciamento de dívidas do governo, a Lei do Desenrola, entrará em vigor.

”Essas empresas de varejo se depararão com uma quantidade maior de restrições em relação às suas ferramentas de crédito, especialmente no crédito rotativo, espécie de crédito que costuma cobrar taxas de juros acima de 15% em média”, relatou o Citi.

A saber, a norma impõe um limite para as taxas de juros de crédito rotativo de 100% do valor da dívida. Ou seja, a dívida poderá, no máximo, dobrar de tamanho o valor inicial.

Como isso afeta o varejo e o consumo de crédito?

Existem diversas implicações que surgem dessa nova diretriz. O aspecto mais relevante, argumentam analistas, é que os varejistas que oferecem cartões de crédito provavelmente irão se tornar mais prudentes na concessão deste serviço.

Ao limitar a taxa de juros a 100% do valor da dívida, a nova regulamentação torna o crédito menos lucrativo para os varejistas e reduz, consequentemente, a concessão de crédito. Isso, por sua vez, pode diminuir as vendas que dependem do crédito rotativo, trazendo impactos negativos para a lucratividade das empresas.

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Portanto, a nova regra do CMN pode ter gerado desafios para o setor varejista, que dependerá de estratégias inteligentes e adequadamente planejadas para manter seus negócios estáveis.

Imagem: Okrasiuk / Shutterstock.com