21 tipos de pesticidas são encontrados em papinhas para bebês
Os cientistas detectaram a presença de inseticidas, fungicidas, herbicidas e quatro tipos de toxinas produzidas por fungos. Saiba mais!
Cientistas do Brasil e da Europa detectaram a presença de 21 tipos de pesticidas em papinhas para bebês que são produzidas pela indústria alimentícia e comercializadas em supermercados do estado de São Paulo.
A pesquisa foi liderada por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e contou com a colaboração de instituições da Espanha e de Portugal. O estudo foi publicado na revista científica Food Control.
Desenvolvimento da pesquisa
Segundo a publicação, os cientistas utilizaram 50 amostras do produto alimentício, tanto à base de frutas, quando de vegetais e carne.
Destas, cerca de 68% apresentaram os resíduos tóxicos. Além disso, fazendo um recorte, entre as amostras de papinhas de frutas, 47% apresentaram ao menos um estrato de agrotóxico.
Já entre as papinhas de carne e vegetais, 85% continham substâncias tóxicas. Dentre os compostos encontrados nas papinhas existem inseticidas, fungicidas, herbicidas e quatro tipos de toxinas produzidas por fungos.
“Até onde sabemos, foi a primeira análise feita com uma metodologia desenvolvida para identificar pesticidas de classes diferentes e microtoxinas em alimentos infantis à base de carnes e vegetais”, declara Rafaela Prata, engenheira de alimentos que participou do estudo, à Agência Fapesp.
Além disso, havia a presença de 10 tipos de agrotóxicos e do aldicarbe, um inseticida proibido no Brasil desde 2012, popularmente conhecido como “chumbinho” e que era utilizado, no uso doméstico, como veneno de ratos.
Índices são preocupantes
Vale ressaltar que, no Brasil, não existe uma legislação específica que controle a presença de toxicidade nas papinhas. A falta de regulamentação brasileira preocupa os especialistas. Assim sendo, os pesquisadores utilizaram como referência os índices regidos pela legislação europeia.
No entanto, a maioria das concentrações de pesticidas encontrados nesses alimentos é menor do que o limite estimado pelas normas da Europa. Com exceção do inseticida cipermetrina, já que o nível ultrapassou um pouco o nível máximo de resíduo (LMR) estipulado pela União Europeia.
Porém, os dados geraram preocupação da comunidade científica, principalmente por se tratarem de alimentos consumidos por bebês.
O organismo nesta faixa etária encontra-se em desenvolvimento e necessita de uma alimentação nutricionalmente balanceada, rica em compostos naturais e sem a presença de aditivos químicos.
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