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Antecipação de recebíveis: vantagens e desvantagens desse modelo de financiamento

Seja por conta da pandemia, que impactou todos os setores da economia; seja por conta de alguma despesa inesperada, descasamento entre contas a receber e contas a pagar ou investimento necessário, toda empresa tem momentos nos quais o negócio precisa de crédito. Em um cenário de escassez de financiamento como o que vivemos atualmente, a antecipação de recebíveis sem dúvida surge como uma opção a se considerar. Tanto que chamou a atenção do governo federal, por meio do Ministério da Economia, que anunciou recentemente um portal (exclusivo para empresas que prestam serviço ao governo) para oferecer essa forma de financiamento.

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De acordo com dados do Banco Central, a antecipação de recebíveis foi uma das linhas de crédito empresarial que mais cresceram no último ano. O desconto de duplicatas e recebíveis atingiu um saldo de 115,1 bilhões de reais no ano passado, 26% a mais que o registrado no ano anterior. Já a antecipação de fatura de cartão saltou de 38,7 bilhões reais para 48,8 bilhões, alta de 26,3%. No mesmo período, opções como conta garantida e desconto de cheques, por exemplo, cresceram menos de 5%, enquanto o cheque especial subiu 8,4%.

Mas vale mesmo a pena usar esse tipo de crédito? Como ele funciona? Para quem ainda não está familiarizado com o termo, vale explicar que a antecipação de recebíveis é uma modalidade de financiamento que permite à empresa vender parcelado e receber à vista ou mesmo transformar notas fiscais futuras em dinheiro na conta. Em resumo, trata-se de uma forma de adiantar o recebimento das vendas a prazo com notas fiscais, cheques pré-datados e até vendas com pagamento em cartões de crédito.

Vantagens e desvantagens da antecipação de recebíveis

Entre as vantagens dessa modalidade está o fato de ser uma forma rápida e muita segura. E com dinheiro rápido, a empresa pode comprar mercadorias para o seu negócio à vista (com melhores condições de pagamento) ou mesmo quitar dívidas negociando melhor com seus fornecedores.

Quanto aos juros cobrados, vale lembrar que a empresa não está fazendo um empréstimo, mas apenas acelerando o recebimento do que já é dela. Com isso, as taxas para antecipação costumam ser mais atraentes que as formas de crédito tradicionais, principalmente quando comparadas com os exorbitantes valores cobrados no cartão de crédito ou cheque especial, por exemplo.

Mas, obviamente, é preciso pagar taxas. E tudo depende de quem oferece o crédito (que pode ser desde uma fintech a um grande banco). Sendo assim, comparar as ofertas é essencial para não fazer um mau negócio. E como fazer essa comparação e escolher a melhor oferta de crédito? Para isso é possível contar com os chamados marketplaces de crédito, que permitem comparar de forma instantânea e online as opções de crédito oferecidas por vários financiadores. Nesse tipo de plataforma (disponível na internet), quem precisa do crédito não precisa “correr” atrás dele. Basta se cadastrar e dizer qual o valor que busca. O financiador é que precisa convencer e conquistar o cliente. E o tomador ainda tem a possibilidade de negociar em tempo real.

Felipe Avelar, CEO da Finplace
Imagem: Felipe Avelar, CEO da Finplace (divulgação)

Esse modelo de financiamento exige alguns cuidados

Logicamente, a antecipação de recebíveis é algo para ser feito com cuidados. Se não houver um planejamento adequado, como em qualquer outra modalidade de financiamento, antecipar recebíveis pode gerar problemas de fluxo de caixa, com o descontrole de gastos devido à liquidez. E há a necessidade de uma gestão ativa desse recurso; uma vez que normalmente os títulos são de curto prazo e, portanto, geram um aumento de controle e de recorrência.

Também vale lembrar que ela não deve ser uma prática prolongada demais na empresa, mas sim uma opção temporária. Se ela se tornar algo muito longo, é melhor o empresário reavaliar seu fluxo de caixa ou até mesmo avaliar se há uma opção de financiamento com taxas mais baratas disponível.

No entanto, seja qual for a linha de crédito escolhida, lembre-se: o financiamento pode salvar sua empresa em um momento de crise. Mas para o bem do seu negócio, nada substitui um bom planejamento financeiro.

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Autor: Felipe Avelar, CEO da Finplace.

Imagem: Lili Topa / Shutterstock