F1 nos EUA pode ser transmitida pela Apple: negociações avançam
A Apple está em negociações avançadas para adquirir os direitos de transmissão da Fórmula 1 no mercado norte-americano, desafiando a atual detentora ESPN, da Disney.
O movimento da gigante da tecnologia, revelado pelo Financial Times, ocorre em um momento estratégico.
Isso acontece após o sucesso estrondoso do filme “F1”, estrelado por Brad Pitt, que arrecadou cerca de US$ 300 milhões nas bilheterias. Esse é o maior êxito comercial da Apple desde que começou a produzir conteúdos originais para o Apple TV+.
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Apple quer expandir presença em transmissões esportivas ao vivo
Oportunidade estratégica no mercado esportivo
A fabricante do iPhone mira na Fórmula 1 para fortalecer seu portfólio esportivo premium e conquistar uma fatia maior do segmento de transmissões ao vivo, onde atualmente domina a ESPN no mercado americano.
A aposta da Apple está em ampliar a base de fãs da categoria, especialmente entre jovens, mulheres e espectadores norte-americanos.
A Liberty Media, proprietária dos direitos da Fórmula 1 nos EUA, aposta que o sucesso do filme e o impacto da série documental “Drive to Survive”, da Netflix, vão valorizar os contratos de transmissão. O esporte, antes visto como nicho nos Estados Unidos, tem ganhado popularidade acelerada.
Fatores que impulsionam a valorização dos direitos
Atualmente, a F1 recebe cerca de US$ 85 milhões anuais da ESPN pela transmissão nos Estados Unidos. Antes do lançamento do filme “F1”, analistas do Citi estimavam que o próximo contrato poderia chegar a US$ 121 milhões anuais. Com o sucesso do filme, esse valor pode ser ainda maior.
A receita global de direitos de mídia da Fórmula 1 cresceu quase 8% em 2024, atingindo US$ 1,1 bilhão, evidenciando a força crescente do esporte no mundo. A decisão final sobre os contratos de transmissão nos EUA ainda não foi tomada, mas a entrada da Apple no jogo indica uma concorrência acirrada.
ESPN e o desafio da concorrência
Exclusividade e o fim da janela preferencial
A ESPN teve um período exclusivo para negociar a renovação dos direitos de transmissão da F1 sem concorrentes, que terminou no ano passado sem acordo. Isso abriu espaço para que outras empresas, como a Apple, entrassem na disputa, elevando o potencial valor do contrato.
Apesar da concorrência, fontes próximas afirmam que a ESPN ainda pode manter os direitos, dependendo das negociações e valores ofertados.
Audiência em crescimento da Fórmula 1 nos EUA
Desde a aquisição da Fórmula 1 pela Liberty Media em 2017, a audiência da categoria na ESPN dobrou, passando de uma média de 554 mil espectadores por corrida em 2018 para aproximadamente 1,1 milhão em 2024.
Nos primeiros dez eventos deste ano, a média subiu para 1,3 milhão, com recordes históricos em países como Austrália, China, Mônaco, Espanha, Canadá e Áustria.
Este crescimento é um dos fatores que tornam o mercado norte-americano tão estratégico para os detentores dos direitos e para possíveis novos entrantes.
Crescimento da Fórmula 1 nos Estados Unidos
Expansão do calendário e investimento local
Os Estados Unidos têm sido uma prioridade para a Liberty Media, que adicionou os Grandes Prêmios de Miami e Las Vegas ao calendário recentemente, além do já tradicional circuito em Austin, Texas. Essa expansão reflete o esforço para consolidar o país como um dos principais mercados da categoria.
Novas equipes e apoio industrial
Em 2026, a Fórmula 1 receberá a Cadillac como a 11ª equipe no grid, uma marca norte-americana apoiada pelo bilionário Mark Walter e pela General Motors. Este investimento local também contribui para o aumento do interesse e engajamento do público nos EUA.
Apple TV+ e o caminho para o streaming esportivo
Sucesso do filme “F1” e impacto comercial
O filme “F1”, protagonizado por Brad Pitt e lançado pela Apple TV+, arrecadou cerca de US$ 300 milhões globalmente, tornando-se o maior sucesso comercial da Apple em conteúdos originais. Esse sucesso estimulou a empresa a ampliar sua atuação em transmissões esportivas ao vivo.
Aposta em conteúdo esportivo para competir com gigantes
Com os direitos da Fórmula 1, a Apple entraria em concorrência direta com plataformas tradicionais de esportes, como ESPN e Fox Sports, além de outras gigantes do streaming.
A empresa visa transformar sua plataforma Apple TV+ em um destino premium para fãs de esportes, ampliando sua base de assinantes e diversificando sua oferta.
Impactos para fãs e mercado esportivo
Benefícios para o público consumidor
Se a Apple fechar o acordo, os fãs norte-americanos podem esperar uma experiência de transmissão inovadora, com tecnologia avançada, recursos interativos e integração com outros serviços da Apple, como iPhone, iPad e Apple Watch.
Mudanças no mercado de direitos esportivos
A entrada da Apple no mercado de direitos esportivos ao vivo marca uma tendência crescente de empresas de tecnologia disputando espaço que antes era dominado exclusivamente por redes de televisão tradicionais.
Essa disputa tende a elevar os valores dos contratos e incentivar melhorias na qualidade das transmissões.
Perspectivas futuras para a Fórmula 1 e a Apple
Possibilidade de parceria além dos EUA
Caso a Apple obtenha sucesso na negociação, o próximo passo poderia ser expandir os direitos de transmissão para outras regiões, fortalecendo ainda mais sua posição global no mercado esportivo.
Inovações na transmissão esportiva
A Apple pode trazer para as transmissões da Fórmula 1 inovações tecnológicas, como realidade aumentada, múltiplas câmeras personalizáveis, dados em tempo real e integração com dispositivos pessoais, elevando o padrão das transmissões esportivas ao vivo.
Conclusão
A possível aquisição dos direitos de transmissão da Fórmula 1 nos Estados Unidos pela Apple representa uma mudança significativa no cenário esportivo e de entretenimento.
Impulsionada pelo sucesso do filme “F1” e pela crescente popularidade do esporte no mercado americano, a gigante tecnológica busca competir com a ESPN e redefinir como os fãs consomem esportes ao vivo.
Enquanto a negociação segue em andamento, fãs, analistas e o mercado esperam para ver como essa disputa moldará o futuro da transmissão esportiva nos EUA, potencialmente iniciando uma nova era de inovação, competitividade e expansão para a Fórmula 1 e o streaming esportivo.