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Azul: Conheça história de uma das principais companhias aéreas do Brasil

Fundada pelo empresário David Neeleman, se transformou em uma das maiores do setor, mas sofreu os impactos da pandemia, que carrega até agora. Saiba mais!

A Azul é uma das principais companhias aéreas do Brasil, oferecendo uma ampla variedade de destinos, com uma frota moderna e parcerias estratégicas. A empresa foi fundada em 2008 pelo empresário David Neeleman, que criou também a companhia aérea americana JetBlue.

Com sede em Barueri, no Estado de São Paulo, a Azul tem sua principal base de operações no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP).

Continue a leitura e conheça mais sobre essa gigante do setor aéreo.

Histórico da companhia aérea

Com menos de um ano de fundação, a Azul alcançou a incrível marca de dois milhões de passageiros. Enquanto isso, em 2012, realizou uma fusão com sua maior concorrente, no segmento de aviação regional: a TRIP linhas aéreas.

Após sua consolidação no mercado doméstico, em 2014, a Azul decolou rumo às fronteiras internacionais, iniciando voos para Fort Lauderdale, nos Estados Unidos. 

Atualmente a companhia opera voos para mais de 160 destinos em todo o Brasil, bem como para diversos destinos internacionais na América do Sul, Estados Unidos e Europa. Assim, a Azul é a maior companhia aérea do Brasil. Isso considerando o número de voos e de cidades atendidas, realizando mais de 1.000 voos diários.

Com uma frota superior a 170 aeronaves e mais de 13.000 tripulantes, a Azul possuía mais de 300 rotas diretas até dezembro de 2022. Em números absolutos, assim, a Azul detém cerca de 30% do total de decolagens no Brasil.

Vale destacar ainda que a companhia tem um compromisso com a sustentabilidade e é uma das poucas do segmento a ter uma meta de emissão zero de carbono até 2050. Para alcançar esse objetivo, a Azul está investindo em tecnologias mais eficientes em termos de combustível e em projetos de compensação de carbono.

Nos últimos dois anos, a empresa conquistou duas premiações importantes. Em 2020, foi eleita a melhor companhia aérea do mundo pelo TripAdvisor Travelers’ Choice, sendo a única empresa brasileira a receber este reconhecimento.

Ademais, em 2022, foi nomeada pela Cirium (empresa líder na análise de dados da aviação) como a companhia aérea mais pontual do mundo em 2022, sendo a primeira companhia aérea brasileira a obter esta honra. 

Voa, Brasil

Em março, a Azul manifestou intenção em participar do programa do governo que oferece passagem aérea por R$ 200,00. A iniciativa faz parte do programa “Voa, Brasil” e tem como objetivo facilitar o acesso à aviação para aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos com salário de até R$ 6.800 e estudantes.

Além disso, a empresa também tem parcerias com outras companhias aéreas, como a TAP Air Portugal e a United Airlines, o que permite que seus clientes tenham acesso a uma ampla rede de destinos em todo o mundo.

A Azul oferece ainda um programa de fidelidade, o TudoAzul, que entrega benefícios exclusivos para seus clientes e associados.

Programa TudoAzul

O TudoAzul é um programa de fidelidade que permite que os clientes acumulem pontos ao voar com a Azul ou por meio de parceiros.

Os pontos acumulados, portanto, podem ser trocados por passagens aéreas, produtos e serviços oferecidos pela companhia ou por seus parceiros.

É importante lembrar que os pontos podem ter prazo de validade, então é preciso ficar atento para não perder a oportunidade de utilizar os pontos acumulados.

Até o terceiro trimestre de 2022 o TudoAzul já somava 15 milhões de membros, com um faturamento bruto 82% acima do terceiro trimestre de 2019, anterior à pandemia. 

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Impactos da pandemia na Azul

A Azul, assim como outras companhias aéreas, foi duramente afetada pela pandemia da Covid-19 e teve grandes prejuízos financeiros. 

Com as restrições de viagens impostas pelos governos, a Azul precisou reduzir significativamente sua capacidade de voos e cortar custos para tentar minimizar os impactos da crise.

Em 2020, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 4,6 bilhões, revertendo lucro de R$ 1,2 bilhão registrado em 2019. 

Além disso, a empresa teve que suspender temporariamente algumas rotas e reduzir o número de voos. No mais, teve que negociar acordos com fornecedores e obter financiamentos para garantir a continuidade de suas operações.

No entanto, apesar dos desafios enfrentados pela pandemia, a Azul vem adotando diversas estratégias para se adaptar ao novo cenário. 

Isso inclui a diversificação de suas operações, como o lançamento da Azul Conecta, companhia aérea regional da Azul. O propósito é impulsionar a aviação no interior do país, interligando destinos menores ao serviço doméstico e internacional da Azul.

Desafios enfrentados

As dívidas da Azul, contudo, são um dos principais problemas enfrentados pela companhia aérea. A empresa tem lutado para manter seus lucros, mas as dívidas continuam a preocupar. 

De acordo com o último balanço, ao final de 2022, a dívida bruta da companhia somava R$ 21,8 bilhões, dos quais R$ 13,7 bilhões eram de arrendamento de aeronaves. Outros R$ 6,440 bilhões vinham de empréstimos, financiamentos e debêntures.

Descontando o caixa, a dívida líquida somava R$ 18,4 bilhões. Assim, a alavancagem estava em 5,7 vezes sua geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

Isso tem afetado de forma muito negativa o desempenho da companhia, que tinha inicialmente a intenção de levantar capital no mercado financeiro para amenizar sua situação crítica.

No entanto, como conseguir fundos se mostrou uma questão difícil e complexa, a Azul acabou negociando com seus arrendadores e bancos.

Embora isso possa ajudar a se manter durante um curto período de tempo, o alto nível de endividamento pode ter efeitos nocivos no longo prazo. Isso porque ele compromete a capacidade de investimento em novas aeronaves ou em tecnologias mais eficientes e sustentáveis.

Azul na Bolsa de Valores

As ações da Azul são negociadas na Bolsa brasileira sob o código AZUL4. A companhia realizou seu IPO (Oferta Pública Inicial de Ações) em abril de 2017. Na ocasião, captou cerca de R$ 2 bilhões com a venda de ações na Bolsa.

Nos últimos 5 anos o desempenho das ações da Azul passou por altos e baixos principalmente devido às flutuações do mercado de ações e aos impactos da pandemia na indústria de aviação. No acumulado dos últimos 5 anos as ações da Azul registram uma queda superior a 70%.

Fonte: Google

No final de 2018, a ação era negociada a cerca de R$ 40,00. Em 2019, houve uma alta no valor das ações da Azul, impulsionada por uma série de aquisições e parcerias estratégicas.

Nesse contexto, as ações da companhia seguiram em tendência de alta até início de 2020, quando atingiu o pico histórico de R$ 60,00. Entretanto, poucos meses depois, as ações da Azul sofreram uma queda significativa provocada pelas restrições de locomoção impostas pela grave crise sanitária que assolou o mundo todo. 

No início da pandemia, a ação da Azul chegou a ser negociada a cerca de R$ 7,00, uma queda de mais de 80% em relação ao valor registrado no início do ano. Porém, ao longo do ano, a empresa conseguiu se recuperar parcialmente, com as ações sendo negociadas em torno de R$ 36,00 no final de 2020.

Em julho de 2021, a empresa anunciou a captação de US$ 1,2 bilhão em uma oferta de ações, o que impulsionou o valor das ações no curto prazo. No entanto, a medida não foi o suficiente para segurar o preço das ações que voltaram a cair e, em abril de 2023, eram negociadas na casa dos R$ 11,50.