Banco Central alerta risco fiscal para governo eleito
Em vista da necessidade de controle inflacionário, Banco Central alerta risco fiscal à equipe de transição. Entenda o contexto!
A equipe de transição de governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) encontrou uma série de dificuldades e inconsistências. Um dos maiores problemas é a necessidade da tomada de medidas que controlem a inflação. Em reforço a esse aspecto, o comitê do Banco Central alerta sobre risco fiscal.
Das polêmicas relacionadas às fraudes no Auxílio Brasil, até aquelas vinculadas ao orçamento secreto, o trabalho necessário por parte da equipe de transição é extenso. Além disso, o país ainda passa por consequências da pandemia e de instabilidades no mercado internacional.
Existe elevada incerteza sobre novo arcabouço fiscal
Ainda que o Comitê de Política Monetária do Banco Central tenha mantido a taxa de juro básica da economia (Selic) em 13,75% ao ano, o órgão demonstra grande preocupação sobre o novo arcabouço fiscal. Segundo a nota emitida pelo Banco Central:
“Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário, destacamos uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; a elevada incerteza sobre o futuro arcabouço fiscal do país; e estímulos fiscais adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada”.
Banco Central alerta sobre o risco fiscal porque a política prevista para 2023 e 2024 é de estouro do teto de gastos, equivalente a, no mínimo, R$ 145 bilhões. E podendo chegar a R$ 23 bilhões de receitas extraordinárias; tudo isso enquanto o Banco Central prega o freio na atividade econômica.
Contracionismo monetário vai contra as políticas do novo governo
A declaração de controle inflacionário deve causar certo desconforto para a equipe de transição do governo eleito. Além disso, as perspectivas sequer melhoram a curto prazo — não há previsão de expansionismo fiscal.
A meta do BC envolve a redução da inflação medida pelo IPCA a 3,25% em 2023. Segundo IBGE, a inflação acumulada hoje é de 5,9%.
Entretanto, a política de controle inflacionário pode passar por alteração, visto que quem determina a meta de inflação é o Conselho Monetário Nacional (CMN). Tal conselho é composto pelo ministro da Economia, pelo secretário adjunto da Economia e pelo presidente do Banco Central.
Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil