Caixa dificulta liberação de crédito a beneficiários do Auxílio Brasil
Após as eleições, em que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado, a fonte secou para o consignado do Auxílio Brasil
De acordo com dados do Banco Central, em outubro, foram R$ 5 bilhões emprestados a beneficiários do Auxílio Brasil por meio do empréstimo consignado. Contudo, ao que parece, após as eleições, em que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado, a fonte secou.
À vista disso, no dia 10 de outubro, há exatos 20 dias do 2º turno das eleições, o governo federal liberou que as instituições credenciadas disponibilizassem o consignado do Auxílio Brasil.
Por que o consignado do Auxílio Brasil está sendo negado?
Assim, ao ser procurada pelo g1, a Caixa Econômica Federal, principal banco a disponibilizar o consignado do Auxílio Brasil, afirmou apenas que a concessão do crédito “obedece a critérios internos de governança, com base no contexto de mercado, no monitoramento de seus produtos e nas estratégias do banco”. E, que “as linhas de crédito do banco estão ativas e que todos esses critérios são constantemente avaliados tecnicamente e visam garantir a sustentabilidade e competitividade da instituição”.
Todavia, o banco não informou qual o volume de crédito oferecido desde o início de novembro. Já em outubro, a própria Caixa divulgou que, entre os dias 10 e 25 de outubro, havia emprestado R$ 4,2 bilhões a 1,6 milhão de beneficiários do Auxílio Brasil.
Consignado em risco
Em 21 de outubro, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a suspensão da linha de crédito. Pois alegou haver riscos de que a concessão do consignado interferisse no resultado das eleições.
No entanto, em 15 de novembro, Augusto Aras, procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o empréstimo consignado do Auxílio Brasil é inconstitucional.
E, mais recentemente, dia 30 de novembro, o Ministério Público junto ao TCU solicitou ao tribunal que fosse apurada a responsabilidade de Bolsonaro na concessão do consignado a beneficiários do Auxílio Brasil em período eleitoral.
Agora, o subprocurador Lucas Furtado pede que a presidência da Caixa e Bolsonaro sejam responsabilizados por uso eleitoral do crédito.
Mudanças
Por fim, uma reportagem do portal UOL revelou que documentos internos estabeleceram a mudança de regras e o corte da liberação dessa modalidade. Entretanto, a Caixa não se pronunciou sobre o assunto.
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