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Combate à pobreza retrocede 27 anos na América Latina e no Caribe devido à pandemia

A situação foi discutida durante o Fórum Social Mundial (FSM), em Porto Alegre.

Na última quinta-feira (26), aconteceu o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. Um dos temas de destaque trouxe a informação de que os impactos da pandemia da Covid-19 geraram um retrocesso de 27 anos no combate à pobreza na América Latina e no Caribe.

O dado foi trazido pela representante da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, durante o debate em relação aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Retrocesso em combate à pobreza na América Latina e no Caribe é tema de FSM

A participação de Gross aconteceu de maneira on-line. Durante seu tempo de fala, a representante da Opas afirmou que a ODS, também chamada de Agenda 2030, tem 70% das metas avaliadas como “não possíveis de serem alcançadas”, tanto na América Latina como no Caribe:

“A pandemia de Covid-19 nas Américas trouxe uma crise sem precedentes, que impactou os determinantes sociais da saúde, aprofundando as iniquidades. Tivemos um retrocesso de 27 anos na pobreza extrema… E nós não temos 27 anos para recuperar esses 27 anos que perdemos. Tivemos um aumento de 8 milhões de pessoas na insegurança alimentar, em uma região que já era desigual”.

Ainda de acordo com Socorro, o quadro previsto irá se confirmar caso o ritmo de atividade siga como o atual.

Dados do Brasil 

Além da abordagem e diagnóstico dado para a América Latina e o Caribe, Socorro Gross destaca números do Brasil. O país é um dos 20 da lista de nações que menos vacinou crianças contra a Covid-19. Cerca de 78% das crianças brasileiras não receberam nenhuma dose dos imunizantes.

O debate contou ainda com a participação do pesquisador, Richarlls Martins, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em sua fala o pesquisador ressalta o fato de que, durante o ano de 2022, não foi registrado nenhum avanço na agenda. Segundo Martins:

“Nós temos o Relatório Luz, que acompanha a implementação da Agenda 2030, publicado desde 2017 pela sociedade civil. Ele aponta os problemas para a implementação das metas e o último relatório, de julho de 2022, traz indígenas na capa, não à toa. Todas as metas do objetivo 3 não tiveram nenhum nível de avanço, estão todas com retrocesso, estagnada, ameaçada ou, no máximo, insuficiente”.

Imagem: panitanphoto | shutterstock