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Como o Nubank envia carta à mão até para quem não é cliente?

Imagine a situação: você confere a sua caixa de correspondências e em meio às famigeradas contas e boletos do mês, chega uma carta escrita à mão do Nubank, falando sobre as vantagens de ser um cliente, e incluindo uma foto com empregados sorridentes. Sem sombra de dúvidas, é uma ação de marketing bastante inteligente. Entretanto, paira uma dúvida no ar: afinal, como o Nubank conseguiu o seu endereço, mesmo sem ser um cliente?

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Como o Nubank envia carta à mão até para quem não é cliente?

Para o Nubank, é uma excelente estratégia de divulgação e marketing, muito utilizada para angariar novos clientes para a conta digital e cartão de crédito, que atualmente ultrapassa 20 milhões de clientes.

Há poucos dias atrás, o jornalista Bruno Gâmbaro publicou a carta que recebeu no Twitter, pedindo explicações ao Nubank.

A resposta do Nubank sobre o envio da carta convite é a seguinte:

“Consultamos bancos de dados que unificam informações sobre consumidores brasileiros. No caso do envio da carta fizemos uma parceria com o banco de dados do Boavista. Não se preocupe porque essas bases não possuem informações bancárias e nem comprometem seu score de crédito.

Nosso objetivo com essa carta é nos comunicarmos com os brasileiros para contar um pouco sobre os nossos serviços e produtos. Disponibilizamos um link com informações sobre a segurança dos seus dados e com uma opção para você se incluir na base que não recebe cartas.’”

Todavia, a pergunta feita pelos usuários e pelo próprio Bruno, mostra que a sua privacidade não está assim tão protegida quanto você imaginava. O que mais surpreende, é que uma empresa tenha confirmado o uso do banco de dados da Boa Vista em resposta ao tweet do jornalista.

Regulação Federal

Na tentativa de mudar esse cenário, o governo brasileiro criou a Lei Geral de Proteção de Dados. Inspirado nos exemplos da União Europeia e Estados Unidos, o estatuto foi sancionado em agosto de 2018 pelo então presidente Michel Temer, criando um conjunto de normas para regulamentar a atuação de companhias que lidam com os dados dos cidadãos, mecanismos de punição para mau uso e, principalmente, controle por parte dos próprios indivíduos. Todavia, a LGPD, mesmo que já tenha sido sancionada, começa a valer somente em agosto de 2020, com o intervalo sendo necessário para que empresas do setor pudessem se adequar às novas normas.

Todavia, até que a Lei Geral de Proteção de Dados entre em vigor, pode se fazer muito pouco para impedir a venda dos dados que já constam em bancos de dados comercializáveis. Ou seja, é muito difícil saber, exatamente, nas mãos de quem estão as informações. Depois que ela entrar em vigor, porém, esse uso será, pelo menos, dificultado.

Em uma das principais mudanças que aparecem nas normas, o acesso de terceiros aos dados de um indivíduo só pode ser realizado mediante autorização expressa. Ademais, será possível revogar a utilização das informações a qualquer momento, exigindo que elas sejam apagadas dos bancos de dados, mesmo que o aval tenha sido dado anteriormente.

Posicionamento do Nubank

Em resposta enviada ao Canaltech, o Nubank se desculpou pelo “tom inadequado” usado nas redes sociais e disse ter adotado medidas para que isso não ocorra novamente. “Estamos sempre trabalhando para sermos mais transparentes e humanos em nossa comunicação. O envio de cartas é mais um dos canais que usamos para nos comunicar com potenciais clientes.”

Ainda de acordo com o porta-voz, a instituição financeira não tem acesso ao endereço e nome das pessoas que não são clientes, mas faz parceria com empresas que “agregam bases de dados cadastrais” e são as responsáveis pelo envio das correspondências. Além da Boa Vista, citada em publicação no Twitter pela fintech, outras empresas do tipo não foram indicadas nominalmente.

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Imagem: rafapress via shutterstock

Via: Canaltech