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Compras com parcelamento sem juros vão ser proibidas no Brasil?

Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (10), no Senado Federal, o presidente do Banco Central discutiu uma nova medida. Veja.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, está buscando alternativas para compras feitas com cartão de crédito no Brasil. Ele fez parte de uma audiência pública realizada no Senado Federal para debater sobre as possíveis soluções para a inadimplência no país. 

Além disso, esses recursos também se aplicam para acabar com o problema dos juros elevados aplicados para compras no crédito. Na reunião desta quinta-feira (10/08), o presidente do BC citou a extinção do crédito rotativo como alternativa para isso. Continue a leitura e entenda mais.

O que disse Campos Neto? 

Com a grande quantidade de emissão de cartões de crédito no Brasil, Campos Neto afirma que esses produtos são um grande problema no país. Assim, além de acabar com a o crédito rotativo, a medida prevê a criação de uma tarifa para que menos compras sejam parceladas sem juros. 

O presidente do BC fala que essa solução não proíbe o parcelamento sem juros, mas apenas tenta fazer com que o uso do cartão de crédito seja mais disciplinado. Ele ainda destaca que isso será aplicado “de uma forma bem baseada para não afetar o consumo”. 

A medida, que ainda está em fase de elaboração, estuda fazer com que as faturas não pagas vão direto para o sistema de crédito parcelado do cartão. Com isso, a taxa mensal de juros ficaria em torno de 9%. 

Essa taxa aplicada a cada mês corresponderia a 181% ao ano. Atualmente, os juros rotativos são de 437% no ano e o parcelado do cartão é de 196%, maior que o valor apresentado. 

Posição dos bancos 

Em contrapartida, alguns bancos se pronunciaram em relação à extinção do crédito rotativo. O Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco afirmaram que seus clientes não chegam a ficar um ano nessa situação, já que as leis obrigam as instituições a oferecerem outras linhas de crédito aos clientes. 

Roberto Campos Neto destacou que 40% do consumo no país é realizado por cartões de crédito. Ele diz que a alternativa de colocar um limite de juros para o produto poderia ter um efeito negativo, além de obrigar os bancos a tirarem o cartão de circulação. 

No final, Campos Neto também afirmou que a solução ainda está sendo produzida juntamente com o relator do projeto de lei do Desenrola, Brasil, o deputado Elmar Nascimento (União-BA). A solução deve ser apresentada em até 90 dias.

Imagem: giggsy25 / Shutterstock.com