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Corretora Caixa: IPO gera preocupação com futuro de programas sociais

Hoje, a corretora do banco, a Caixa Asset, tem 426 fundos e R$ 693,9 bilhões em ativos sob gestão.

Na última segunda-feira (27), o Banco Central (BC) permitiu o funcionamento da Caixa Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM). Em suma, esse fato despertou preocupação sobre o provável impacto negativo para o futuro do banco público e de seus programas sociais.

Atualmente, a corretora do banco, a Caixa Asset, tem 426 fundos e R$ 693,9 bilhões em ativos sob gestão. E isso a coloca na 4ª posição das maiores administradoras de recursos financeiros do Brasil. A prestação de serviços dos Fundos de Investimento e Carteiras Administradas representa a 4ª maior receita da Caixa (mais de 90%). Entre 2016 e 2020, as receitas do segmento cresceram 33,6%.

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De acordo com o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, “abrir mão desse negócio é como vender nossos melhores ativos, aquilo que temos de mais valioso e pode comprometer a rentabilidade da Caixa”.

Para o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o plano é transferir os ativos da Caixa Asset nos próximos 20 dias e fazer o IPO já no início de 2022. Sendo assim, a Caixa vai vender uma das partes mais estratégicas do banco, com lucro de R$ 2,1 bilhões em 2020. Vale ressaltar que, em agosto, o presidente da Caixa já havia dito que não devem ser transferidos para a DVTM os “fundos líquidos e os fundos problemáticos, que são alvo de discussão judicial por problemas de gestões anteriores, e continuarão com a Caixa”.

Ademais, o banco público não pode transferir todos os ativos por conta de uma proteção da lei. Esse é o caso, por exemplo, do FGTS, que, de acordo com a Lei 8.306/90, deve seguir com a gerência da Caixa. Os recursos do fundo são usadas para implementar os programas de moradia popular, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV). Desde 2009, o MCMV financiou a casa própria para mais de 12 milhões de pessoas.

A Caixa Asset sofreu um corte recentemente, com efeitos negativos para o próprio banco. Para operar o fundo e os riscos envolvidos nele, a estatal ganhava 1% de patrimônio líquido por ano. E isso gerava uma receita de R$ 5 bilhões anualmente. No entanto, em 2021, o percentual foi diminuído para 0,5%, o que causou um prejuízo de R$ 2,5 bilhões.

DTVM

A criação da DTVM segue os passos da abertura de capital da Caixa Seguridade, quando 17% da subsidiária foi vendida em um IPO. A gestão do banco ainda quer abrir para o mercado outras subsidiárias, como a Caixa Cartões, as Loterias e um Banco Digital.

De acordo com Takemoto, “é um processo de fatiamento da estatal similar ao que foi feito com a Petrobras. O banco vai sendo desvalorizado aos poucos, até ser vendido totalmente por um valor baixo. A conta fica para as dezenas de programas sociais históricos da Caixa, que se tornam inviáveis. Não podemos permitir isso”.

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Imagem: rafapress / Shutterstock.com