Crise nas Lojas Marisa faz ações despencarem na Bolsa
A Marisa está negociando dívidas de R$ 600 milhões com instituições financeiras. Ações da Loja despencaram 18%
As ações das Lojas Marisa despencaram na Bolsa de Valores (B3), nesta quinta-feira (13), após divulgação sobre a dívida de cerca de R$ 600 milhões da empresa.
Por volta das 17h, a AMAR3 era negociada abaixo de R$ 1, a R$ 0,820. A queda, de mais de 22%, é o pior resultado da companhia na bolsa desde que passou a oferecer os papéis, em 2007.
Em 2023, as ações da empresa já acumulam queda de 29,6%. No último ano, a AMAR3 recuou 67,1%.
Crise nas Lojas Marisa
A Marisa está negociando dívidas de R$ 600 milhões com instituições financeiras, de acordo com publicação do jornal O Estado de S. Paulo, nesta quarta-feira (8). Ao contrário da Americanas, a varejista não pediu proteção à Justiça.
A empresa fez um comunicado ao mercado a respeito da aceitação da renúncia do CEO Adalberto Pereira dos Santos. Dessa forma, a presidência da empresa será assumida interinamente pelo atual vice-presidente comercial e executivo da companhia, Alberto Kohn de Penhas.
De acordo com a Marisa, a BR Partners prestará assessoria durante o processo de renegociação da dívida da empresa com as instituições. Já a Galeazzi Associados cuidará da organização dos custos. Assim, uma reestruturação e “otimização financeira” continuará a ser feita.
Conforme fontes ouvidas pelo jornal, o objetivo de Marisa com as negociações é estender o prazo para a quitação dos débitos. Atualmente, a varejista do setor vestuário possui dívidas com o Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal, Safra, Daycoval,Alfa e ABC.
Dificuldades do setor varejista
O escândalo do rombo de R$ 20 bilhões da Americanas atinge outras varejistas, já que abala a confiança do mercado no setor. A situação, em meio a incertezas fiscais e ao alto patamar dos juros, tornam o ambiente ainda mais fragilizado.
Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano. Assim, o setor de varejo tem visto o índice de inadimplência atingir recordes.
Para o diretor de uma das instituições credoras da Marisa, a situação não se compara com o que ocorreu na Americanas, contudo, o setor tem sido bastante afetado pela desaceleração da economia.
Imagem: Divulgação / Marisa