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Decisão de Lula fechar escolas no Brasil é criticada por especialistas

Lula decidiu encerrar essa modalidade de ensino, mas os especialistas apresentam muitas críticas sobre o assunto; veja os detalhes.

Ontem (12) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o encerramento do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim), criado pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Essa decisão tem gerado discussões entre os especialistas da área da educação.

A maioria dos especialistas concordam com o fim do programa, porém não significa que existam críticas a serem feitas. Em 2022 houve um investimento de R$ 64 milhões nesse modelo de educação.

No entanto, apenas 0,1% das redes de ensino no Brasil foram atendidas. Além de ser uma iniciativa de altíssimo custo, os especialistas também enfatizam a falta de eficiência e resultados comprovados pelo programa.

Opinião dos especialistas

De acordo com a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e de Harvard, Claudia Costin, o Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim) não garante necessariamente melhorias educacionais. Ela argumenta, que o uso de uniformes militares e a imposição de cortes de cabelo disciplinares não são suficientes para promover o aprendizaado dos alunos. 

No entanto, ela reconhece que a oferta de ensino em tempo integral é um fator positivo desse modelo. Ela destaca que existem outros modelos educacionais, como o implementado em Pernambuco, que também oferecem essa vantagem.

Já Miriam Fábia Alves, integranteda Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação (RePME), ressalta que a infraestrutura adequada e a segurança nas escolas são questões que devem ser garantidas em todas as intituições de ensino, independentemente do modelo adotado.

Alguns estados afirmaram que vão continuar com o modelo cívico-militar

A redes estaduais do Mato Grosso do Sul e Bahia afirmaram que manterão o modelo de ensino militar. Outros estados, como São Paulo, têm demonstrado interesse em implementar sua própria modalidade. No Paraná, mais de 10 escolas estão em processo de migração, juntando-se às 194 que já aderiram a esse modelo.

Diante dessa situação, o professor de políticas educacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Fernando Cássio, argumenta que o Ministério da Educação (MEC) deve que adotar uma postura mais rigorosa em relação à militarização escolar. Na visão dele, o governo petista não alcançou o objetivo de encerrar tal modalidade, uma vez em que os estados continuam adotando essa abordagem.

Imagem: Marcelo Chello/ Shutterstock