Dólar sobe forte e chega a R$ 5,62 com tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil
Dólar dispara a R$ 5,62 após presidente Trump anunciar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto.
Nesta quinta-feira (10), o dólar registrou forte valorização e alcançou o patamar de R$ 5,62, em meio à repercussão do anúncio de novas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos exportados pelo Brasil.
Contexto e justificativa

Em carta oficial enviada a líderes globais, Trump justificou o aumento das tarifas com críticas ao governo brasileiro, citando especificamente o presidente Jair Bolsonaro e o julgamento deste no STF, que classificou como uma “vergonha”. Especialistas no Brasil e no exterior ressaltam o tom político do movimento, com o economista e Nobel Paul Krugman afirmando que não é incomum os EUA utilizarem a política tarifária como ferramenta política.
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Impactos econômicos imediatos no Brasil
A nova tarifa abrangerá todas as exportações do Brasil para os Estados Unidos, acumulando-se às cobranças já aplicadas a setores específicos, como os de alumínio e aço. Com isso, segmentos essenciais da economia brasileira — como o de petróleo, café, carne bovina e indústria siderúrgica — tendem a sofrer impactos diretos, enfrentando aumento de custos e perda de competitividade no mercado americano.
Setores e empresas brasileiras mais afetados
Um levantamento recente da XP Investimentos revela que empresas com grande receita proveniente dos EUA, como Embraer, Suzano, Tupy e Jalles Machado, estão na linha de frente do impacto. A Embraer, por exemplo, obtém 23,8% de sua receita com vendas ao mercado americano, enquanto Suzano tem 16,6%, Tupy 13,9% e Jalles Machado 11%.
Esse cenário pressiona não apenas as exportações, mas também os empregos e investimentos nos setores envolvidos.
Resposta oficial do governo brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou-se de maneira enfática diante da decisão dos Estados Unidos, afirmando que o Brasil não permitirá interferências externas em sua soberania. Segundo ele, qualquer resposta será orientada pela Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza a aplicação de tarifas equivalentes sobre países que impõem barreiras comerciais ao Brasil.
Advertência e alternativas apresentadas por Trump
Na carta enviada ao governo brasileiro, Trump condicionou uma possível redução das tarifas à abertura do mercado nacional e à eliminação de barreiras comerciais. Ele também sugeriu que empresas brasileiras poderiam contornar as novas taxas ao transferirem parte de sua produção para os Estados Unidos, prometendo agilidade no processo de instalação dessas operações no país.
Tarifas dos EUA em outros países
Desde o início da semana, os EUA vêm enviando cartas a líderes de 22 países, incluindo Brasil, Argélia, Brunei, Filipinas e outros, estabelecendo tarifas mínimas que variam entre 25% e 50% sobre produtos importados.
Essa ofensiva tarifária reforça a política protecionista adotada pelos EUA para fortalecer a indústria interna, mas tem potencial para aumentar os custos globais de produção e pressionar a inflação mundial.
Repercussões para o mercado financeiro e para a inflação
A alta do dólar reflete a apreensão dos investidores diante da escalada nas tensões comerciais. O impacto das tarifas deve elevar o custo das importações brasileiras e dificultar o acesso a insumos, o que tende a aumentar os preços ao consumidor final.
FAQ – Perguntas frequentes
Qual a posição dos EUA sobre a redução das tarifas?
Trump indicou que a tarifa pode ser reduzida se o Brasil abrir seus mercados e eliminar barreiras comerciais, além de sugerir a produção local nos EUA por empresas brasileiras para evitar a taxação.
O que é a Lei da Reciprocidade Econômica mencionada pelo governo brasileiro?
É uma legislação que permite ao Brasil impor tarifas retaliatórias a países que adotam medidas comerciais restritivas contra produtos brasileiros.
Considerações finais
Neste contexto, acompanhar a evolução desses desdobramentos é essencial para investidores, empresários e consumidores, que enfrentarão um ambiente econômico ainda mais desafiador nos próximos meses. A capacidade do Brasil em diversificar seus mercados e fortalecer a competitividade será crucial para mitigar os efeitos das tarifas e manter a estabilidade econômica.
