Em 10 anos, renda dos mais pobres cai pela metade
Confira os dados informados pelo CadÚnico que mostram os impactos econômicos gerados pela pandemia.
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Brasileiros de todas as faixas de renda empobreceram nos últimos nove anos. Contudo, os mais pobres são os que tiveram a maior perda. Entre os 5% mais pobres, que se encontram na base da pirâmide social, houve redução de 48% da renda ou quase a metade.
A maior perda foi entre 2020 e 2021, em apenas um ano, uma queda de 33,9%, devido, principalmente, ao aumento da inflação e da redução nos valores liberados pelo Auxílio Emergencial.
Dessa forma, as famílias mais pobres, que tinham uma renda mensal média de R$ 75,00 em 2012, tiveram uma redução para R$ 59,00 em 2020 e, no ano passado, para apenas R$ 39,00.
No topo da pirâmide social, 1% dos mais ricos do Brasil teve perda de renda de apenas 6,9% em 10 anos. Com rendimento de R$ 17.128,00 em 2012, essas famílias tiveram queda na renda e chegaram a R$ 17.033,00 em 2020, e R$ 15.940,00 no ano passado.
Famílias em situação de pobreza
Nos dois primeiros meses de 2022, houve um aumento de 11,8% das famílias em situação de extrema pobreza, em relação ao final de 2021, o que corresponde a 1,8 milhões de famílias que passaram a se enquadrar nessa situação. No total, segundo dados do CadÚnico, o Brasil soma 17,5 milhões de famílias que vivem com renda mensal de até R$ 105,00 por pessoa.
Auxílio Emergencial e CadÚnico
Com o fim do Auxílio Emergencial, em outubro de 2021, também houve um aumento expressivo no número de famílias em situação de extrema pobreza inscritas no CadÚnico. Em cinco meses, foram 2,6 milhões de famílias inscritas, o que representa uma alta de 14,1%.
O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) é usado para a coleta de dados e informações que possibilitem a identificação das famílias de baixa renda existentes no Brasil, com o intuito de incluí-las em programas de assistência social e transferência de renda, como o Auxílio Brasil, Vale-gás e o extinto Auxílio Brasil.
No início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, eram 13,5 milhões de famílias em situação de extrema pobreza. Já em 2021, eram 15,7 milhões e este ano alcançou um total de 17,5 milhões, o que corresponde a um aumento de 22,8%.
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Imagem: perfectlab / Shutterstock.com
