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Entenda como o saque FGTS pode mudar após esta proposta

Propostas para o FGTS visam equilibrar interesses entre trabalhadores, setor da construção e instituições financeiras; entenda.

A modalidade de saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), desde sua implementação em 2020, tem sido objeto de debates intensos no âmbito político e econômico. Este benefício desempenha um papel crucial como um fundo de emergência para os trabalhadores.

Essa modalidade possibilita que os trabalhadores retirem anualmente uma parcela do saldo de suas contas no mês de seus nascimentos. No entanto, a opção de saque tem gerado discussões sobre sua viabilidade financeira e os impactos que pode ter no mercado de trabalho e na economia em geral.

Recentemente, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, expressou preocupações com a possível descapitalização do fundo e seus efeitos a longo prazo.

Soluções intermediárias para o FGTS

Imagem de um celular com a tela no aplicativo do FGTS e notas de R$50 e R$100. Acima, a palavra Saque-Aniversário.

A capitalização do FGTS é fundamental para o setor da habitação, sobretudo para o Minha Casa, Minha Vida. Dessa forma, o Ministério da Fazenda e representantes bancários buscam uma solução intermediária que preserve a modalidade, propondo ajustes nas regras atuais.

Entre as medidas em discussão, destaca-se a redução do período de “quarentena” para a mudança de modalidade de saque, passando de dois anos para seis meses, e a limitação de prazo para pagamento de empréstimos adiantados baseados no saque-aniversário.

Afinal, qual é o objetivo das possíveis mudanças?

Essas proposições tem o objetivo de equilibrar os interesses dos trabalhadores com a sustentabilidade do fundo. De modo geral, o saque-aniversário é tido como um estímulo econômico, aumentando a liquidez para os trabalhadores e oferecendo um dos juros mais baixos do mercado para empréstimos.

De fato, até março de 2023, cerca de 20,2 milhões de trabalhadores anteciparam um total de R$143,4 bilhões através desta modalidade. Contudo, o risco apontado por Marinho e pelo setor da construção civil é significativo.

Falta de recursos no FGTS

A potencial falta de recursos para financiamento de habitação preocupa, dada a importância do benefício para o setor. Em busca de soluções, Marinho propõe viabilizar o uso do FGTS como garantia para empréstimos consignados.

Essa seria uma medida para ampliar as opções de crédito para os trabalhadores, mitigando parte dos desafios enfrentados pela modalidade de saque-aniversário. Além disso, as instituições financeiras defendem a regulamentação de uma lei existente que possibilitaria o bloqueio de 10% do saldo.

Como as propostas afetam os trabalhadores?

A busca por um equilíbrio entre permitir acesso facilitado aos fundos do FGTS e preservar a sustentabilidade financeira do fundo é o cerne das discussões atuais. As mudanças propostas precisam considerar o impacto a longo prazo tanto para os trabalhadores quanto para o financiamento de políticas habitacionais, essencial para o desenvolvimento socioeconômico do país.

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Ainda que o caminho à frente não seja simples, o diálogo continuado entre as diversas instituições envolvidas — incluindo ministérios, setor bancário e representantes da construção civil — parece ser fundamental para encontrar uma solução que atenda às necessidades de todas as partes.

Imagem: Etalbr / shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital