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Entenda o que está por trás da exigência de CPF na Nota nas farmácias: o desconto é real?

Saiba por que as farmácias solicitam o CPF na nota fiscal e confira se o desconto prometido é válido. Entenda a questão da sonegação fiscal.

A inclusão do CPF na nota fiscal em compras de medicamentos em farmácias tem gerado dúvidas e debates entre os consumidores. A medida, que visa combater a sonegação fiscal e a venda ilegal de medicamentos, oferece a possibilidade de desconto ou benefícios futuros aos clientes.

No entanto, muitos se questionam se o desconto realmente compensa a divulgação de seus dados pessoais. Nesse contexto, é importante compreender os motivos por trás dessa exigência e como ela impacta os consumidores, bem como avaliar se o benefício oferecido é vantajoso diante da exposição de informações pessoais.

CPF na Nota dá desconto?

CPF na nota gera descontos
Imagem: Sergiy Zavgorodny / shutterstock.com

De acordo com a jornalista Filippa Rodrigues, autora do livro “A máquina do cupom – Como o mercado usa seu CPF para manipular seus desejos”, o desconto oferecido ao informar o CPF em farmácias é, na verdade, uma estratégia para coletar dados de consumo.

Com esses dados, as empresas constituem bancos de dados com até 15 anos de histórico das compras de seus consumidores, desde itens simples como cotonetes até remédios de tarja preta. Assim, no Brasil, estima-se que cerca de 48 milhões de pessoas são registradas nesses bancos de dados.

A jornalista esclarece que o desconto oferecido em troca do CPF é ilusório. “O preço mais próximo do real é aquele que você paga depois de fornecer o CPF,” afirma Filippa. Segundo ela, algumas farmácias chegam a oferecer descontos de até 73% ao cliente que informa o CPF.

Manipulação de anúncios

A subsidiária da RaiaDrogasil, conhecida como RD Ads, atende a anunciantes interessados em direcionar suas propagandas para públicos específicos. Para isso, utiliza o histórico de compras dos consumidores nas farmácias.

Dessa forma, os consumidores que adquirem determinados medicamentos, como antidepressivos, são identificados no banco de dados. Posteriormente, passam a receber anúncios relacionados não apenas no site da farmácia, mas também em redes sociais e no YouTube.

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De acordo com o CEO da RD Ads, 97% dos clientes da RaiaDrogasil fornecem seus dados ao realizar compras. Uma prática que, segundo Filippa Rodrigues, mascara o real valor dos produtos e explora a privacidade dos consumidores na busca por maior lucratividade.

Imagem: Sergiy Zavgorodny / shutterstock.com