5 erros comuns na restituição que te custam dinheiro
A restituição do Imposto de Renda é um dos momentos mais esperados pelos contribuintes brasileiros. O dinheiro devolvido pela Receita Federal representa, para muitos, a chance de equilibrar as contas, quitar dívidas ou até investir em novos projetos. No entanto, esse alívio financeiro pode virar dor de cabeça quando a declaração é feita de forma incorreta. Pequenos deslizes podem atrasar o pagamento ou, em casos mais graves, reduzir o valor que você tem direito a receber.
Saber quais são os erros mais frequentes é o primeiro passo para evitar prejuízos e garantir que a restituição seja liberada sem contratempos.
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O que significa restituição do Imposto de Renda
A restituição acontece quando o contribuinte paga mais imposto ao longo do ano do que deveria. Isso ocorre, por exemplo, quando a empresa desconta valores diretamente do salário ou quando há pagamentos em excesso. Ao entregar a declaração, a Receita cruza todas as informações e, caso identifique esse saldo positivo, devolve o valor.
O depósito é feito na conta informada pelo próprio contribuinte e segue o calendário de lotes divulgado anualmente. Quem entrega a declaração corretamente e sem inconsistências tem mais chance de entrar nos primeiros lotes e receber antes.
Erro 1: colocar dados bancários errados
Um dos deslizes mais comuns está na hora de informar os dados bancários para o depósito. Digitar a agência ou o número da conta de forma incorreta impede o repasse imediato da restituição.
Quando isso acontece, o dinheiro não se perde, mas volta para os cofres do Tesouro. O problema é que o contribuinte precisa acessar o portal e-CAC da Receita Federal, corrigir a informação e pedir uma nova ordem de pagamento. Esse processo pode atrasar em semanas o recebimento.
Erro 2: omitir rendimentos
Outro erro recorrente é esquecer de incluir todos os rendimentos na declaração. Pessoas que trabalham em mais de uma empresa, prestadores de serviço e até quem teve pequenos ganhos extras costumam cometer essa falha.
A Receita cruza as informações recebidas das instituições financeiras, empresas e órgãos públicos com o que foi declarado. Se houver diferença, o contribuinte cai na malha fina. Além de adiar a restituição, a omissão pode gerar multa pesada, que chega a 150% do valor do imposto devido.
Erro 3: deduções mal lançadas
As deduções são um direito importante do contribuinte e ajudam a reduzir o valor do imposto. Porém, preenchê-las de forma incorreta ou tentar incluir despesas não permitidas é um erro que custa caro.
Um exemplo comum é declarar despesas médicas sem recibos válidos ou incluir gastos de dependentes que não se enquadram nas regras da Receita. Esses erros chamam atenção nos sistemas de verificação e travam o processo de restituição. Além disso, podem gerar cobrança de valores adicionais e aplicação de multas.
Erro 4: esquecer de atualizar informações pessoais
Dados desatualizados, como endereço, estado civil e informações de dependentes, também podem gerar inconsistências. Embora nem sempre impeçam a restituição, eles aumentam as chances de a declaração cair na malha fina e exigem ajustes posteriores.
Essa falta de atenção pode atrasar a análise e prolongar o tempo de espera pelo depósito. Manter os dados em dia evita retrabalhos e dá mais credibilidade às informações fornecidas.
Erro 5: entregar a declaração no último dia
A pressa é inimiga da perfeição, e isso vale para o Imposto de Renda. Deixar para enviar a declaração na reta final aumenta a probabilidade de cometer erros por falta de revisão.
Além disso, os sistemas da Receita costumam ficar sobrecarregados nos últimos dias, o que pode causar instabilidades e atrasos. Quem entrega antes, além de ter mais tranquilidade para revisar os dados, tem maiores chances de entrar nos primeiros lotes de restituição.
Como se prevenir de falhas na restituição
Existem práticas simples que podem evitar todos esses problemas. A primeira é organizar os documentos ao longo do ano: recibos médicos, informes de rendimento, comprovantes de pagamento de escola e dados de dependentes devem ser guardados em uma pasta exclusiva.
Outra medida importante é utilizar o programa oficial da Receita Federal, que possui ferramentas de verificação e alerta sobre inconsistências. Antes de enviar a declaração, revisar cada ficha com atenção pode evitar retrabalhos.
O papel do acompanhamento no e-CAC
Mesmo após enviar a declaração, o contribuinte deve acompanhar sua situação pelo portal e-CAC. Nele é possível verificar se a declaração foi processada, se entrou em algum lote de restituição ou se caiu na malha fina.
O extrato da declaração mostra detalhadamente as pendências e permite fazer a retificação antes que a Receita aplique multas. Esse acompanhamento é essencial para garantir que a restituição não sofra atrasos desnecessários.
O que fazer com a restituição recebida
Receber a restituição é apenas parte da história. Usar esse dinheiro de forma inteligente pode trazer benefícios ainda maiores.
Muitos contribuintes preferem quitar dívidas, principalmente aquelas com juros altos, como cartão de crédito ou cheque especial. Essa é uma das decisões mais vantajosas, já que elimina gastos que corroem o orçamento.
Outra alternativa é investir o valor. Opções como Tesouro Direto, CDBs e fundos de investimento permitem fazer o dinheiro render no médio e longo prazo. Para quem ainda não tem, destinar parte da restituição a uma reserva de emergência é uma medida de segurança indispensável.

A restituição do Imposto de Renda é um direito do contribuinte, mas erros simples podem atrasar ou até reduzir o valor a ser recebido. Prestar atenção aos dados bancários, não esquecer de declarar todos os rendimentos, lançar corretamente as deduções, manter as informações pessoais atualizadas e evitar a pressa de última hora são atitudes que fazem toda a diferença.
Mais do que esperar o depósito na conta, é importante enxergar a restituição como uma oportunidade de organizar a vida financeira. Seja para sair do vermelho, investir ou montar uma reserva, utilizar o valor de forma estratégica pode garantir tranquilidade e crescimento no futuro.