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Esperança para trabalhadores: Americanas pede autorização para pagar dívidas trabalhistas e com micro e pequenas empresas

A Americanas possuía 6 mil micro, pequenas e médias empresas fornecedoras de produtos ou serviços e deve ao menos R$ 875 milhões.

A Americanas solicitou, nesta quinta-feira (16), uma autorização à Justiça para realizar o pagamento de dívidas trabalhistas e com micro e pequenas empresas. O valor dos pagamentos pedidos à Justiça é de R$ 192,4 milhões. 

A solicitação é uma medida necessária em meio à suspensão de cobrança de débitos em aberto imposta pela recuperação judicial da varejista. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, ao todo, a Americanas possuía 6 mil micro, pequenas e médias empresas fornecedoras de produtos ou serviços. Contudo, a varejista ainda deve ao menos R$ 875 milhões aos credores.

Como a Americanas realizará o pagamento?

Após o anúncio do pedido, a principal dúvida restante é como uma empresa em recuperação judicial anunciada com uma dívida de R$ 42,5 bilhões pode realizar o pagamento de dívidas trabalhistas e deve ao menos R$ 875 milhões?

De acordo com a Americanas, os valores serão provenientes de um financiamento de R$ 2 bilhões em “debtor-in-possession”. O valor foi autorizado pela Justiça e virá da emissão de debêntures. 

Além disso, para contribuir, os empresários Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles firmaram o comprometimento de comprar R$ 1 bilhão dos papéis para contribuir com o caixa da Americanas, garantindo capital de giro à empresa.

A companhia informou que há preocupação com relação à situação dos credores trabalhistas. Conforme a Americanas, o pedido é uma estratégia para solucionar questões “socioeconômicos relevantes no funcionamento desses pequenos negócios e no ecossistema onde estão inseridos”.

Presidente da SBVC acredita na continuidade da atuação da varejista

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, em entrevista ao Estadão, a dívida da varejista “provoca estragos junto aos pequenos num cenário no qual está muito difícil captar dinheiro no mercado, e não serão todos que vão conseguir sobreviver”.

Dessa forma, para Terra, o caso da Americanas tem potencial de impactar de forma negativa diversas outras empresas, ou seja, uma cadeia de fornecedores. Diante disso, a expectativa do presidente da SBVC é de que a operação da Americanas “não vai parar”.

Além disso, para Terra, pequenos fornecedores deveriam aproveitar o espaço deixado pela Americanas e passar a vender para outras empresas do setor de varejo.

Imagem: stock-boris / shutterstock.com