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Falas de Lula sinalizam abalo na economia, revelam especialistas

O presidente Lula comentou sobre a meta fiscal e, em vista disso, os especialistas disseminaram suas opiniões. Veja!

As recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acerca da impossibilidade de cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024 geraram preocupações no mercado financeiro. 

Isso porque Lula expressou sua intenção de evitar cortes significativos em obras e investimentos prioritários no próximo ano. Consequentemente, isso trouxe questionamentos sobre a estabilidade das contas públicas. Confira mais detalhes sobre a fala do presidente e seu impacto no mercado financeiro na matéria a seguir!

Manter a meta de déficit zero ou flexibilizar?

Nesse sentido, economistas consultados pelo Poder360 manifestaram apreensão diante da perspectiva de uma mudança na meta fiscal para 2024. Isso porque a maioria acredita que as palavras do presidente indicam um descontrole das finanças públicas. 

Além disso, embora o tema esteja em discussão no governo, ainda não há um consenso sobre o novo percentual para o déficit tampouco sobre o momento em que a alteração será proposta pelo governo. Partindo desse contexto, o novo percentual pode ser de 0,25% ou 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Ademais, a ex-secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e sócia-diretora da Gibraltar Consulting, Zeina Latif, destacou que a flexibilização da meta zero anunciada por Lula afeta a reputação do governo. 

Mão apontando para gráfico que mostra oscilações do mercado
Imagem: Antonio Salaverry / Shutterstock.com

Alertas sobre os desafios da meta fiscal

Latif argumentou que o ideal seria envidar esforços para cumprir a meta, em vez de optar por aumentar os gastos. Adicionalmente, o ex-secretário do Tesouro Nacional e economista da ASA Investments, Jeferson Bittencourt, também expressou sua preocupação.

Nessa perspectiva, as declarações do presidente tornam improvável a implementação do contingenciamento previsto na nova regra fiscal. Isso aumenta as estimativas de déficit fiscal para o próximo ano. Por conta disso, ele enfatizou a importância de manter a transparência e seguir as regras estabelecidas no arcabouço fiscal.

O economista-chefe da Ryo Asset, Gabriel Leal de Barros, ressaltou que o mercado financeiro sempre viu com ceticismo a promessa de atingir o déficit zero em 2024 e expressou preocupação com a falta de um plano de consolidação fiscal que abordasse o controle de gastos.

Reações divergentes às palavras de Lula

Enquanto isso, o ex-secretário de Fazenda de São Paulo, Felipe Salto, enfatiza a importância de manter a meta de déficit zero e destaca os gatilhos em caso de não cumprimento. Por isso, o economista André Perfeito sugere que a reação do mercado às declarações de Lula pode estar sendo exagerada.

Por fim, ele enfatiza a natureza política das ações presidenciais. Isso porque a nova regra fiscal permite um rombo de R$ 28,6 bilhões mesmo com a meta de déficit zero, acionando travas fiscais em caso de descumprimento, como contingenciamento de despesas e punições fiscais. 

Imagem: Isaac Fontana / shutterstock.com