‘Faraó dos Bitcoins’ pede de volta fortuna doada à Igreja Universal

Gladson Acácio dos Santos, conhecido como “Faraó dos Bitcoins” entrou com um processo contra a Igreja Universal. De acordo com o processo, ele pede a devolução de mais 70 milhões de reais doados à igreja de Edir Macedo. 

O “Faraó dos Bitcoins” está preso desde de agosto de 2021, acusado de gerenciar um dos maiores esquemas de pirâmides financeiras do país. Entretanto, ele alega que a Igreja Universal do Reino Deus (Iurd) demonstrou ingratidão com ele. 

Entre 2020 e 2021 Gladson fez doações pessoais no valor de R$12,5 milhões. Além disso, doou quase 60 milhões através de sua empresa. Assim, R$72,3 milhões foram repassados aos cofres da Universal.

“Faraó dos Bitcoins” alega ingratidão

De acordo com o processo movido por Gladson, a Iurd demonstrou ingratidão com ele. Isso porque, pastores importantes e até Edir Macedo falaram contra seus investimentos em bitcoins. 

Ainda de acordo com o processo, representantes da Igreja Universal teriam dito que bitcoin é “negócio do diabo”. Mesmo assim, a Iurd teria aceitado as doações de Gladson. 

Além disso, a igreja de Edir Macedo teria aceitado uma doação de R$30 milhões feita pela empresa de consultoria do “Faraó dos Bitcoins” mesmo depois de pedir a instauração de um inquérito contra Gladson na Polícia Civil do Distrito Federal.

O que a legislação diz?

O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 555, diz que as doações podem ser refogadas por motivos de ingratidão. Além disso, o inciso III do artigo 557 deixa claro que caluniar também pode ser considerado no processo de ingratidão. 

Por isso, além da restituição de mais de 70 milhões de reais, o “Faraó dos Bitcoins” também pede uma indenização de R$200 mil por calúnia e difamação cometidos pela Iurd e seus representantes. 

A Igreja Universal emitiu uma nota em 2021 quando Gladson foi preso. Entretanto, ela não fala mais sobre o assunto. Por isso não comentou sobre o processo. 

imagem: Joa Souza / shutterstock.com