Governo proíbe brasileiros de plantarem após 29 de dezembro; entenda
Recentemente, o Ministério da Agricultura e Pecuária proibiu o cultivo de uma planta essencial para a economia brasileira. Saiba mais!
A proibição recente de uma planta pegou muitos agricultores de surpresa. O Ministério da Agricultura e Pecuária proibiu o plantio de soja em Santa Catarina após o dia 29 de dezembro. O governo brasileiro tomou essa medida para combater uma praga agrícola perigosa: a ferrugem asiática da soja.
Essa doença fúngica, considerada uma das mais destrutivas para a cultura da soja, tem o potencial de causar perdas de até 90% na produção. Para evitar a doença, o Ministério utiliza a estratégia do “calendário de semeadura” como medida fitossanitária.
O que é ferrugem asiática da soja?
Quem causa a ferrugem asiática é o fungo Phakopsora pachyrhizi. Essa doença desencadeia a desfolha precoce da soja, prejudicando a formação completa dos grãos e, consequentemente, reduzindo a produtividade.
Dessa forma, dependendo das condições climáticas favoráveis à sua propagação e do momento em que incide na cultura, a ferrugem asiática pode causar perdas de produção que variam entre 10 a 90%. Em contraponto à doença, a medida preventiva, conhecida como “calendário de semeadura”, visa reduzir a quantidade de inóculo do fungo na planta, minimizando o impacto da praga.
Segundo o Ministério, as alterações no calendário para a nova safra foram motivadas por um aumento significativo nos casos de ferrugem asiática registrados na safra 2022/2023. Além disso, atribui-se a isso o regime de chuvas que ocorreram durante o período.
Como a doença chegou no Brasil?
De acordo com a Cidasc, o fungo causador da ferrugem asiática da soja apareceu pela primeira vez no Japão em 1902. No entanto, só chegou às Américas na safra de 2001/2002, causando um prejuízo estimado de 2 bilhões de dólares aos produtores brasileiros na época.
Desde a sua chegada, a ferrugem asiática se tornou um problema recorrente para os produtores de soja no Brasil. A Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, estima que as perdas em grãos causadas pela praga já chegam a 3,8 bilhões de dólares, sem contar os custos de controle, que ultrapassam 36 bilhões de dólares.
Imagem: Zoran Zeremski / shutterstock.com