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Grupos de adoção: crianças são vendidas por até R$ 40 mil

Crianças são negociadas livremente em grupos de adoção na internet. Além dessa prática criminosa, a extorsão também é investigada pelo MP.

Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), mais de 32 mil pessoas estão na fila para adotar no Brasil. Porém, algumas famílias buscam o caminho mais curto e ilegal para concretizar este sonho.

De acordo com reportagem exclusiva do site Metrópoles, grupos de adoção estão presentes na internet. Neles, gestantes negociam seus bebês para famílias interessadas. As negociações podem chegar até R$ 40 mil.

Veja como funciona a venda de bebês na internet

O “mercado de crianças” é destinado a famílias interessadas em adotar, mas fora dos meios legais. As adotantes expõem suas dificuldades financeiras e pedem dinheiro em troca dos seus filhos. A reportagem do Metrópoles acompanhou as postagens desses grupos e conversou com mulheres dispostas a “doar” seus bebês. 

Uma delas publicou que não tinha condições de ficar com a criança e que estava em busca de uma boa família. A publicação no Facebook teve diversos comentários e a gestante entrou em contato via WhatsApp com a reportagem, que se passou por uma suposta interessada no bebê.

A mulher, que mora no ABC paulista, contou que o neném é fruto de uma relação extraconjugal e que, por isso, precisava fazer a “doação”. Ela contou que uma adotante chegou a propor o valor de R$ 40 mil. A gestante enviou exames que comprovam a gravidez e contou que o parto deve acontecer em junho.

Ministério Público já pediu a exclusão dos grupos para o Facebook

Há mais de um ano, o Ministério Público de São Paulo investiga os grupos de adoção ilegal na internet. Segundo a promotora da Infância e Juventude Luciana Bergamo, diversos pedidos foram feitos ao Facebook para excluir os grupos e muitos foram encerrados, porém, logo surgiram outros.

Além da livre negociação, nessas comunidades ocorre outro tipo de crime: a extorsão. Isso pois, segundo a promotora, há casos em que a gravidez é falsa e a família interessada realiza o pagamento para custear o suposto parto ou o deslocamento da gestante. Também pode acontecer de existir uma criança que é entregue a uma família, mas os pedidos de dinheiro não param.

Por fim, vale ressaltar que é proibido, no Brasil, registrar como seu o filho de outra pessoa sem passar pelo processo legal. A chamada “adoção à brasileira” é crime vedado pela justiça, assim como a troca de bebês e crianças por dinheiro, e a pena pode chegar a 6 anos de prisão. 

Imagem: veryulissa / Shutterstock